Seis dos dez vereadores mais votados de SP em 2024 têm planos de concorrer a outros cargos no ano que vem

 

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Pelo menos 22 dos 55 vereadores paulistanos eleitos em 2024 têm planos de se candidatar a outros cargos nas eleições do ano que vem, seja para a Câmara federal, o Senado ou a Assembleia Legislativa. Entre eles, estão seis dos dez mais votados da cidade na eleição municipal passada.

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Vereador mais votado em 2024, Lucas Pavanato (PL) teve 161 mil eleitores e deverá ser candidato a deputado federal. Youtuber de direita, Pavanato chegou a protocolar, de uma só vez, seis projetos para endurecer a legislação sobre o aborto na cidade. Um deles, sobre a obrigatoriedade do sepultamento de nascituros e de natimortos, “independentemente de idade gestacional, peso e estatura”. O texto está em tramitação.

Lucas Pavanato foi eleito vereador em São Paulo

Reprodução/Instagram

Pavanato é uma das principais apostas do PL como puxador de votos para a Câmara, uma vez que o partido não poderá contar com nomes de peso como Carla Zambelli, presa na Itália; Eduardo Bolsonaro, que está nos EUA; e Ricardo Salles, que mudou de legenda. “Ainda não há uma confirmação oficial sobre a candidatura do Lucas Pavanato. No entanto, caso isso concorra, a intenção é que seja candidato a deputado federal, e não para deputado estadual”, disse a assessoria do vereador em nota.

No campo da esquerda, a também puxadora de votos Luna Zaratini (PT) deve concorrer a uma vaga na Assembleia Legislativa de São Paulo (Alesp). Reeleita no ano passado com 100,9 mil votos, Luna foi a vereadora mais votada do partido em 2024, e a sétima na cidade.

Procurada, Luna não se manifestou. Este ano, ela propôs 14 projetos de lei, entre os quais o que institui um programa de apoio ao aleitamento de emergência e o que altera para Sophia Gomide o nome da Rua Peixoto Gomide, no Centro. “A finalidade é promover reparação histórica e conceder a devida dignidade à memória de Sophia Gomide, mulher que foi brutalmente assassinada pelo próprio pai, Francisco de Assis Peixoto Gomide Júnior”, justificou.

Luna Zarattini, na Câmara

Arquivo pessoal

Outros quatro vereadores da lista dos dez mais votados também têm planos para deixar a câmara paulistana: Ana Carolina Oliveira (Podemos), Sargento Nantes (PP) e Sandra Tadeu (PL), que concorrerão a deputado federal, e Rubinho Nunes (União), que disputará vaga na Alesp. Além deles, outros nomes populares deverão buscar novos cargos, como a imigrante cubana Zoe Martines (PL), que defende bandeiras conservadoras. Na manifestação de 7 de Setembro, na Avenida Paulista, ela foi uma das mais requisitadas para fotos, ao lado da ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro.

— Se for para ajudar o partido, se for um pedido do presidente (do PL) Valdemar Costa Neto, da Michelle ou de Jair Bolsonaro, eu me coloco à disposição — disse a vereadora.

Janaina Paschoal (PP), por sua vez, não descarta pleitos majoritários:

— Não concorrerei a deputada, coloquei meu nome à disposição do PP para concorrer ao Senado ou para compor chapa.

Os demais vereadores que poderão buscar novos mandatos são: Amanda Vettorazzo (União), cotada ao Senado pelo partido Missão, André Santos (Republicanos), Adrilles Jorge (União), Cris Monteiro (Novo), Danilo do Posto de Saúde (Podemos), Eliseu Gabriel (PSB) e Sidney Cruz (Solidariedade), que tentam se cacifar para a deputado federal. Já George Hato (MDB), Marina Bragante (Rede), Toninho Véspoli (PSOL), Carlos Bezerra Jr. (MDB), Sonaira Fernandes (Republicanos) e Thammy Miranda (PSD) ensaiam disputar uma cadeira na Alesp. Sandra Santana (MDB) ainda não definiu se vai concorrer a uma vaga na Câmara ou na Alesp.

Polêmica como vitrine

Segundo a Lei Eleitoral, os parlamentares não precisam se afastar dos mandatos para concorrer. Ou seja, se não forem eleitos, retornam ao posto original, ao contrário de candidatos do Executivo — secretários, prefeitos, governadores e presidente, que precisam se desincompatibilizar seis meses antes das eleições, exceto em casos de reeleição.