Em ritmo de campanha, Alerj fará evento com prefeitos para doação de recursos
O colunista detalha os bastidores da política do Rio de Janeiro. Acompanhe O presidente da Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro, Rodrigo Bacellar (União Brasil) fará um evento, na próxima quinta-feira (4), no Palácio Tiradentes para entregar cheques de valores economizados pelo Legislativo aos 92 prefeitos do estado do Rio. São R$ 120 milhões para dividir entre até 92 cidades flluminenses - em média R$ 1,3 milhão. As cidades que arrecadam menos receberão mais recursos para fechar o caixa de fim de ano, ajudar nas festas para 2026, pagar o 13º do servidor.
A doação e o evento são partes de um mesmo projeto político que ainda está no ar, que é o desejo de Bacellar de ser candidato ao governo do Estado em 2026. E, segundo aliados ouvidos pela coluna, o presidente da Alerj ganhou motivos de sobra para voltar a confiar no projeto anunciado pelo próprio governador Cláudio Castro no ano passado - e descartado após a relação dos dois se desgastar com a demissão do ex-secretário de transportes, Washington Reis.
Com base consolidada dentro da Alerj e em busca do apoio de prefeitos do interior, Bacellar, segundo aliados, tem certeza que vai se tornar governador em abril do ano que vem. Para isso, dois movimentos são necessários: ele não pode ser cassado no Tribunal Superior Eleitoral (TSE) por envolvimento no caso Ceperj; e o governador Cláudio Castro precisa sair da cadeira para se candidatar em 2026 - provavelmente ao Senado.
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O primeiro ponto é imprevisível: o TSE ainda não marcou data para encerrar o julgamento do caso. A relatora, ministra Isabel Gallotti, votou pela cassação de Bacellar e Castro, acusados de abuso de poder político e econômico pelo suposto uso da Fundação Ceperj e da Uerj para contratação de cabos eleitorais.
O segundo ponto também, mas o cenário de novembro é diferente do começo do mês passado, quando Castro afirmou que a tendência, ali, era que ele terminasse seu mandato. Veio a Operação Contenção e seu nome, mal-avaliado e restrito ao Rio, ganhou força nacional - e seu ânimo para ser candidato ao Senado se renovou. Nesse cenário, Bacellar assumiria o cargo em abril, pois Castro precisaria sair do cargo para concorrer. E teria meses pela frente para fazer seu governo e concorrer à reeleição.
