Após se filiar ao PSDB, Ciro Gomes diz que 'centro-esquerda' pode unificar país e critica PDT: 'Virou puxadinho do PT'

 

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O ex-ministro Ciro Gomes afirmou, na noite dessa quarta-feira, que deseja construir uma "proposta de centro-esquerda" no PSDB após se filiar à legenda. De acordo com o também ex-governador do Ceará, o objetivo da movimentação seria unir "de sindicatos a empresários do agronegócio". A declaração ocorreu em um evento com empresários sergipanos realizado pela Câmara de Dirigentes Lojistas (CDL), em Aracaju, onde Ciro teceu críticas ao seu antigo partido, o PDT.

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— Uma proposta de centro-esquerda pode reunir de sindicatos a empresários do agronegócio, ao contrário do sectarismo que está aí — afirmou Ciro, em entrevista concedida à imprensa antes de palestrar no evento da CDL.

Segundo o ex-ministro da Integração Nacional do governo Lula, o PDT poderia trilhar o caminho capaz de conseguir concretizar tal unificação, mas virou um "puxadinho" do PT.

— O PDT tinha essa estrada, mas infelizmente sucumbiu aos "encantos" do PT e virou puxadinho, o que não posso suportar — frisou.

Na semana passada, durante o ato de filiação de Ciro ao PSDB, lideranças do partido discursaram sobre a expectativa de que seu nome seja capaz de unificar a oposição contra o atual governador do Ceará, Elmano de Freitas (PT), no ano que vem. Ao discursar no palanque, o ex-ministro não bateu o martelo sobre qual caminho deverá seguir em 2026, apesar de dizer que "morre pelo Brasil", mas "mata pelo Ceará".

Presença de bolsonaristas em filiação

Em sua fala durante a filiação, ele também respondeu críticas sobre sua aproximação a nomes ligados ao bolsonarismo, como o deputado federal André Fernandes (PL) e o ex-deputado federal Capitão Wagner (União Brasil), presentes na cerimônia. Em referência direta a Fernandes, Ciro agradeceu pela presença do parlamentar na ocasião e afirmou que ambos nutrem "algumas desavenças que serão resolvidas fraternalmente".

A aproximação do PDT ao PT, tanto na esfera estadual quanto na nacional, foi citada pelo ex-governador como motivo de sua recente insatisfação dentro da sigla. Ciro também demonstrou descontentamento com o processo de "fritura" enfrentado pelo presidente nacional da legenda, Carlos Lupi, provocado pela crise do INSS, que levou à sua deposição do comando do Ministério da Previdência.

Creditada durante toda a cerimônia de quarta-feira como resultado de uma articulação feita pelo ex-governador Tasso Jereissati (PSDB), antigo aliado de Ciro, a filiação acontece diante da tentativa de renovação dos quadros nacionais do ninho tucano, após um período de esvaziamento da sigla. A crise no partido foi intensificada neste ano com a desfiliação dos três últimos governadores: Eduardo Leite, do Rio Grande do Sul, e Raquel Lyra, de Pernambuco, foram em direção ao PSD, enquanto Eduardo Riedel, do Mato Grosso do Sul, optou pelo PP.