Velório de ex-deputado do PT morto a facadas pelo filho tem presença de Haddad, Dirceu e Edinho

 

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O velório do ex-deputado estadual e dirigente do PT Paulo Frateschi, morto a facadas pelo filho, ocorreu nesta sexta-feira (7), na Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo (Alesp). Dezenas de integrantes do partido, além de amigos e familiares, compareceram à despedida.

O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, que nomeou Frateschi como secretário de Relações Governamentais em 2014, quando era prefeito da capital paulista, esteve presente, assim como o ex-ministro José Dirceu e o presidente nacional do PT, Edinho Silva, ex-prefeito de Araraquara.

— O Paulo Frateschi era uma figura excepcional, um amigo. Sem sombra de dúvidas, uma das pessoas mais queridas do PT pelos gestos, pela postura, pela amizade, pela generosidade. Uma das pessoas mais adoráveis que a gente tinha — declarou Haddad.

O ex-deputado foi preso e torturado em 1969, durante a ditadura militar, quando fazia parte da Aliança Libertadora Nacional (ALN), uma organização da luta armada contra o regime. Com a redemocratização, foi um dos fundadores do PT.

Haddad lembrou ainda a capacidade de mobilização que Frateschi demonstrou ao longo de sua militância política. Ele foi eleito deputado estadual em 1982 e foi ativo na campanha das “Diretas Já”. Ocupou ainda cargos de direção no partido, quando houve a ascensão petista com o presidente Lula.

— Uma pessoa sempre disponível, serena e determinada, que foi um dos grandes construtores dessa história. Era um ser humano excepcional e realmente vai fazer muita falta — concluiu o ministro.

Frateschi tinha 75 anos e foi morto a facadas pelo próprio filho, Francisco Frateschi, de 34 anos, durante um desentendimento familiar ocorrido nesta quinta-feira em São Paulo. De acordo com uma das irmãs, ele convive com problemas mentais e atacou os pais em meio a um surto.

A Polícia Militar relatou que o homem foi atingido no abdômen e nos braços, teve uma parada cardiorrespiratória e chegou a ser levado ao Hospital das Clínicas da USP. Ele não resistiu aos ferimentos. Já o filho, que é oceanógrafo e mora em Paraty, foi detido. Francisco também feriu a mãe e atacou uma de suas irmãs, segundo boletim de ocorrência obtido pelo G1, tendo sido indiciado por homicídio e lesão corporal no 91º DP.

A vítima já havia enfrentado antes duas tragédias familiares. Em 2002, perdeu o filho Pedro, de 7 anos, em um acidente na rodovia Carvalho Pinto, em Guararema, interior de São Paulo. Um ano depois, em 2003, o filho Júlio, de 16 anos, também morreu em um acidente de carro na rodovia Rio-Santos, entre Paraty e Angra dos Reis, no Rio de Janeiro.

Nesta sexta-feira, Haddad lembrou da força de Frateschi diante de tantas tragédias:

— Olha, talvez ele seja das pessoas que eu conheço que passou pelas maiores provações que alguém pode passar. Eu não conheço ninguém que teve que se refazer e superar tantos acontecimentos.

O corpo do ex-parlamentar será enterrado no Cemitério Memorial Parque Jaraguá, na zona norte da capital paulista, às 15h30. Frateschi deixa a esposa Yolanda Maux Vianna, filhas, netos e irmãos.