Sem presidentes das Casas, cerimônia de sanção do IR tem Lira e Renan em lados opostos e grito de campanha pró-Lula

 

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Sem as presenças dos presidentes da Câmara e do Senado, Hugo Motta (Republicanos-PB) e Davi Alcolumbre (União-AP), a cerimônia de sanção do projeto de lei que isenta de imposto de renda quem ganha até R$ 5 mil teve gritos usados em campanha a favor do presidente Luiz Inácio Lula da Silva e tentativa por parte da ministra Gleisi Hoffmann (Relações Institucionais) de minimizar as ausências.

Adversários na política de Alagoas, os relatores da proposta na Câmara, Arthur Lira (PP-AL), e no Senado, Renan Calheiros (MDB-AL), acomodados em lados opostos na primeira fileira da mesa principal.

Ao descer a rampa do terceiro para o segundo andar do Palácio do Planalto, onde ocorreu a cerimônia, o presidente, ao lado de ministros, foi recebido pela plateia, formada em boa parte por sindicalistas e integrantes de movimentos sociais, aos gritos de “olé, olé, Lula lá”.

A isenção do IR é uma das principais bandeiras de Lula para a reeleição no próximo ano.

Primeira a discursar, Gleisi, que terá a missão de lidar com a crise com o Congresso, tentou sinalizar a Motta e ao Alcolumbre.

— A ausência dos presidentes em nada ofusca a ajuda que deram a esse importante projeto.

Já Lira parabenizou Lula por cumprir uma promessa de campanha com a sanção e exaltou o trabalho de Gleisi.

— É um trabalho duro (o de Gleisi). Articulação demanda isso conversar, dialogar, e fazer acordos demandam ouvir demais.

Ao fim da fala do deputado do PP, a plateia gritou em coro “sem anistia”.

Em seu discurso, Renan Calheiros deu uma série de alfinetadas em Lira. Relator do projeto de isenção do IR no Senado, o parlamentar iniciou dizendo representar Alagoas e terminou com afirmações de que buscou dar celeridade à tramitação da matéria, que ficou no Senado por 30 dias, um contraste com o tempo levado por Lira para elaborar seu relatório. O deputado levou três meses para apresentar a primeira versão de seu parecer.