Sem citar investigação do banco Master diretamente, Galípolo destaca trabalho do MP e da PF

 

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O presidente do Banco Central, Gabriel Galípolo, comentou lateralmente o caso Master, ao participar em São Paulo do almoço anual da Federação Brasileira de Bancos, a Febraban.

O Master teve a liquidação decretada pelo Banco Central na semana passada e teve todas as operações encerradas, após a investigação que apontou a negociação de títulos de crédito falsos.

Sem citar diretamente a investigação da fraude bilionária, Galípolo destacou o trabalho do Ministério Público e da Polícia Federal. O presidente do BC disse que a diretoria de fiscalização da instituição identificou as irregularidades e notificou as autoridades conforme previsto em lei.

Galípolo disse que bancos são “instituições falíveis”, e citou episódios semelhantes em países como Estados Unidos e Suíça.

O presidente do Banco Central disse ainda estar insatisfeito com a inflação. O Boletim Focus divulgado nesta segunda-feira mostrou que, pela segunda vez seguida, a projeção do IPCA permaneceu abaixo do teto da meta para 2025, que é de 4,5%.

À plateia de banqueiros, Galípolo defendeu o atual patamar da taxa de juros em 15%:

“Ele (o BC) vai sempre perseguir o seu mandato e vai fazer o que for necessário, como a gente fez agora ao colocar a taxa de juros em um patamar restritivo, com alguma segurança, e permanecer nesse patamar restritivo para induzir e produzir a convergência da inflação para a meta. E ainda estamos insatisfeitos, porque a gente ainda não está onde a gente gostaria de estar. Então, por isso que a gente segue em um patamar restritivo.”

A ministra do Planejamento e Orçamento, Simone Tebet, também participou do almoço anual da Febraban. No discurso, ela defendeu o controle dos gastos públicos no país com equilíbrio para que “o remédio não mate o paciente”.

Ao citar programas como a PEC de super salários e o fim da desoneração, Tebet disse que lobbies no Congresso atuaram para derrubar projetos do governo de cortes de gastos e aumento na arrecadação:

“É verdade que, no quesito das reformas fiscais, andamos muito mais lentamente do que precisávamos. Mas é preciso compartilhar as responsabilidades. O Poder Executivo tentou. Muitas vezes tivemos lobbies de outros Poderes, inclusive, que impediram que pudéssemos avançar nas reformas fiscais.”

A ministra mencionou avanços, no entanto, em pontos como o aumento do salário mínimo, a atualização de cadastros em políticas públicas e o abono salarial.