Sabatina antecipada aumenta pressão por votos a favor de Jorge Messias no Senado

 

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Governo corre para reverter resistência no Senado após decisão de Alcolumbre, que marcou a avaliação para 10 de dezembro. O advogado-geral da União, Jorge Messias, terá de acelerar as articulações para conquistar os 41 votos necessários à aprovação de seu nome no Senado, após o presidente da Casa, Davi Alcolumbre, decidir marcar para 10 de dezembro a sabatina que pode encaminhá-lo ao Supremo Tribunal Federal. Isso significa que Messias terá menos de 15 dias para construir a base de apoio necessária.

Nos bastidores, a decisão de Alcolumbre é interpretada como uma estratégia para dificultar a vida do indicado pelo governo. O presidente da CCJ ficou irritado por não ter sido avisado previamente da escolha feita pelo presidente Lula e, ainda, por ver o nome de seu aliado, Rodrigo Pacheco, ser preterido.

Diante desse cenário, governistas trabalham intensamente em busca de caminhos para facilitar a aprovação de Messias. No início da semana, o advogado-geral divulgou uma nota tentando apaziguar os ânimos, mas o gesto não surtiu efeito: Alcolumbre segue distante do processo e, segundo relatos, tem freado as articulações do governo.

Nem mesmo parlamentares aliados demonstram otimismo. Messias enfrenta dois desafios: primeiro, a sabatina na Comissão de Constituição e Justiça no dia 10, onde precisa de 14 dos 27 votos. Embora normalmente a CCJ ofereça um ambiente mais favorável, senadores afirmam ser difícil garantir até mesmo esse placar mínimo. Governistas dizem trabalhar para assegurar os 14 votos, mas admitem que o cenário é apertado.

Superada a CCJ, viria então a “prova de fogo”: a votação no plenário, onde são necessários 41 votos para aprovação. Para isso, Messias iniciou nesta semana um périplo pelos gabinetes, adequando-se à agenda dos senadores para tentar conquistar apoios. Conta especialmente com o respaldo de parlamentares evangélicos e de aliados do governo, mas ainda enfrenta resistências.

Após a definição da data da sabatina, governistas intensificaram reuniões para ajustar a estratégia e tentar garantir os votos que faltam.

Vale lembrar que a única rejeição de um indicado ao Supremo pelo Senado ocorreu no governo Floriano Peixoto. Desde então, nenhum nome submetido ao crivo da Casa foi barrado.