PT sai em defesa do deputado Renato Freitas após briga em rua de Curitiba, e direita pede cassação

 

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Lideranças do PT e de outras legendas da esquerda saíram em defesa de Renato Freitas (PT-PR) depois de o deputado estadual se envolver numa briga de rua em Curitiba, nesta quarta-feira. O parlamentar disse ter agido em defesa própria, em reação a ofensas de caráter racista e ideológico de outro homem, cujo nome não foi divulgado. As imagens do embate viralizaram nas redes sociais, e adversários políticos decidiram pedir a cassação do petista por quebra de decoro.

O presidente nacional do PT, Edinho Silva, expressou "total apoio" a Renato Freitas e o descreveu como uma "liderança reconhecida na luta antirracista, por igualdade, democracia e direitos". O petista classificou o episódio contra o correligionário como "inadmissível e criminoso".

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A briga virou tema de provocação por parte de adversários políticos de Renato Freitas, como integrantes do Movimento Brasil Livre (MBL), entre outros perfis ligados ao conservadorismo, e munição política para representantes da direita do Paraná. Pelo menos dois deles — o vereador Guilherme Kilter (Novo) e o deputado estadual Ricardo Arruda (PL) — cobraram a cassação do petista.

"ABSURDO! VERGONHA! O que o deputado Renato Freitas fez nas ruas de Curitiba é INACEITÁVEL. Isso não é postura de um deputado estadual, não é comportamento de alguém que deveria representar o povo do Paraná. Como parlamentar, vou pedir imediatamente a cassação dele na Comissão de Ética. Chega de transformar a política em baderna!", escreveu Arruda, no Instagram.

Nas imagens que circulam pelas redes sociais, o deputado, de camisa amarela, discute com um homem vestido de preto. Um assessor do petista, de azul, estava junto. O deputado faz menção a outras pessoas que estariam com o homem de preto e pede que ele se afaste. O homem se aproxima e leva um empurrão do parlamentar, que é agredido no rosto.

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Na sequência do confronto, o petista dá dois chutes na perna do homem, que lhe dá um soco no rosto. O petista acaba por imobilizar o homem, como mostra outro vídeo, gravado de dentro de um carro.

Afiliada da TV Globo no Paraná, a RPC informou que o deputado sofreu uma fratura no nariz e precisou ser encaminhado para atendimento médico.

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Outros apoiadores compartilharam imagens do episódio e defenderam o petista como a vítima do caso. O deputado federal Josias Gomes (PT-BA) afirmou ser "revoltante" que Renato Freitas "tenha sofrido ataques racistas e violência física à luz do dia por parte de extremistas" e destacou a data da ocorrência: véspera do Dia da Consciência Negra.

Já o deputado federal André Janones (Avante-MG) compartilhou um vídeo que, segundo ele, mostra os momentos antes da briga e avaliou que o petista reagiu a um ataque de um "verme vagabundo".

"Hoje foi o Renato Freitas. Amanhã pode ser qualquer pessoa preta nesse país. Semana que vem apresento meu Projeto de lei que reduz a pena da vítima de racismo que reage à ofensa. Racismo é violência e violência extrema gera reação!", destacou.

Em vídeo publicado nas redes sociais, Freitas disse que entrou na briga pelo mesmo motivo que o fazia brigar na rua no Ensino Fundamental: "humilhação, racismo, injúria, violência, agressão".

— Eu não aprendi a baixar a cabeça. Não me orgulho de estar brigando na rua, jamais. Você que está me assistindo, não inveje o homem violento, e nem siga nenhum dos seus caminhos. Mas o fato é que hoje eu estava com a minha amiga, também negra, nós dois atravessando uma rua, e o cara tocou o carro em cima de nós para dar um choque, para mostrar que ele tem um carro, que ele tem poder ou sei lá o quê — relatou o parlamentar.

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O deputado disse que olhou para o motorista, que baixou o vidro e disse: "Tá olhando o quê?". Segundo Freitas, o homem teria começado a xingar, descido do carro e iniciado as agressões. O parlamentar afirmou que foi perseguido pelo homem, que estaria filmando, na opinião dele, "para criar views".

— É Curitiba, fio (sic). Para sobreviver, só sendo sobrevivente — afirmou.