Prisão em academia, remédio controlado e atuação da PF: veja como foram as audiências de custódia dos condenados na Trama Golpista

 

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As audiências de custódia realizadas nesta quarta-feira com os seis presos do núcleo crucial da trama golpista revelaram as condições em que cada um dos condenados foi preso. As detenções foram cumpridas por decisão do ministro Alexandre de Moraes, que determinou o trânsito em julgado do julgamento na última terça-feira, tornando as condenações definitivas.

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Entre os ouvidos nesta quarta-feira, o ex-comandante da Marinha Almir Garnier Santos afirmou que foi preso em uma "academia de ginástica" por volta das 15h. O ex-comandante também "não apontou qualquer abuso ou irregularidade por parte das autoridades policiais responsáveis pelo cumprimento" do mandado de prisão. Ele cumpre pena na Estação Rádio da Marinha em Brasília (ERMB), uma instalação militar localizada na Rodovia DF-001, em Santa Maria, a cerca de 30 quilômetros da região central de Brasília.

Já o general Augusto Heleno, ex-ministro do Gabinete Institucional, pediu que os documentos relacionados à sua saúde fiquem sigilosos no processo de execução penal no STF. O pedido ocorreu depois de ele ter informado que possui doença de Alzheimer desde 2018 durante um exame médico no Comando Militar do Planalto, em Brasília, onde está preso.

O ex-ministro da Justiça Anderson Torres também passou pela audiência de custódia e relatou que faz uso de medicamentos para "tratamento psiquiátrico", como Rivotril. Delegado da Polícia Federal de carreira, ele foi condenado pela Primeira Turma do STF a 24 anos por envolvimento na trama golpista e cumpre pena no 19º Batalhão da Polícia Militar no Distrito Federal. O local de detenção fica dentro do Complexo Penitenciário da Papuda e é conhecido como "Papudinha".

Os únicos condenados do núcleo crucial que não estão detidos são o tenente-coronel Mauro Cid, que já passou para o regime aberto por ter firmado um acordo de delação premiada, e o deputado federal Alexandre Ramagem (PL-RJ), considerado foragido da Justiça brasileira.

As audiências ocorreram ao longo da tarde de quarta-feira. Elas foram foram realizadas separadamente e por videoconferência nos locais onde cada um dos condenados estão cumprindo a pena. O procedimento é obrigatório e serve para verificar a legalidade de prisões. Esse é o momento que os presos têm para apresentar algum detalhe sobre suas condições de saúde e as defesas podem protocolar pedidos.