Preço em queda do petróleo cria 'cenário desafiador', alerta presidente da Petrobras
Magda Chambriard, presidente da Petrobras, classificou o cenário atual do preço do petróleo como desafiador para a indústria. Ela participa da abertura da OTC Brasil, que ocorre no Centro do Rio de Janeiro. O alerta ocorre em meio à fase final de elaboração do novo plano de negócios da companhia para os anos de 2026 a 2030, que será divulgado após a realização da COP 30.
— Os desafios aumentam com o cenário de preço do petróleo. É um cenário desafiador para a nossa indústria. É um momento diferente do passado, quando o barril estava acima de US$ 100. Estamos vendo um momento de queda dessa commodity. E esse ambiente exige de todos nós que sejamos cada dia mais eficientes e comprometidos com resultados sustentáveis. A Petrobras tem feito sua parte, revisitado o portfólio e priorizado projetos de maior retorno. Estamos buscando ganhos de produtividade e redução de custos — disse Magda, durante sua apresentação na abertura do evento.
O preço do barril, que chegou a superar os US$ 80 no início deste ano, vem caindo ao longo dos últimos meses em meio à preocupação com o excesso de oferta e à retração da demanda. Atualmente, está em torno de US$ 64.
Ela ressaltou que a busca por competitividade é um esforço conjunto:
— A competitividade não se faz sozinha. É uma construção coletiva, por isso contamos com o arcabouço regulatório e com parceiros que avançam conosco, oferecendo preços competitivos, soluções tecnológicas e eficiência operacional. Sem isso, não vamos chegar a lugar nenhum.
Bacia da Foz do Amazonas
Magda também celebrou a licença obtida pela empresa para perfurar o primeiro poço na Bacia da Foz do Amazonas, na Margem Equatorial.
— Não há futuro para uma empresa de petróleo sem exploração. Por isso, a reposição de reservas é vital para a nossa empresa. A reposição de reservas tem enorme espaço de norte a sul do país. A recente licença para exploração na Margem Equatorial, no estado do Amapá, é um marco importante para a Petrobras, para o Amapá e para o Brasil. Vamos abrindo novas fronteiras para aumentar a produção sustentável do país. A gente discute o Amapá desde 2013 e estamos confiantes de que vamos seguir em frente nesse desafio -- destacou ela.
Roberto Ardenghy, diretor executivo do Instituto Brasileiro de Petróleo e Gás (IBP), também destacou a importância de se manter os investimentos na exploração de novas áreas de óleo e gás no país. Ele lembrou que o pré-sal, descoberto em meados da década de 2000, responde atualmente por mais de 75% da produção nacional.
— Se não tivéssemos feito a descoberta do pré-sal, seríamos hoje importadores. É nesse contexto que lançamos a nova aventura de buscar novas reservas, tanto em terra quanto no mar, como nas bacias da Margem Equatorial. Faremos isso com enorme responsabilidade -- lembrou ele.
Transição energética
Durante a abertura, a presidente da Petrobras disse que pretende aumentar os investimentos também em transição energética.
— O sucesso do pré-sal nos dá a confiança de afirmar que vamos fazer o mesmo com a transição energética e as obrigações de descarbonização. Vamos, sim, ser líderes nessa transição energética e vamos entregar tudo conforme o nosso compromisso no Acordo de Paris — acrescentou ela.
