OpenAI vira empresa com fins lucrativos e renova parceria com Microsoft até 2032

 

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A OpenAI anunciou nesta terça-feira a adoção de uma nova estrutura que lhe permitirá ter fins lucrativos, algo que era amplamente aguardado pelo mercado. Isso a colocará em pé de igualdade com companhias rivais como Anthropic e xAI, controlada pelo empresário Elon Musk, na corrida pela inteligência artificial.

Essa reestruturação terá implicações societárias. Pelo plano, a empresa que terá o lucro como finalidade será chamada de OpenAI Group PBC. A Microsoft, que é parceira da OpenAI desde 2019, terá cerca de 27% dessa nova companhia, uma participação avaliada em cerca de US$ 135 bilhões, segundo comunicado divulgado nesta terça-feira.

A entidade sem fins lucrativos, que passa a se chamar Fundação OpenAI e controla a OpenAI desde sua fundação, terá 26% da nova empresa. Os restantes 47% serão detidos por funcionários — atuais e antigos — e outros investidores.

A Microsoft tinha 32,5% na criadora do ChatGPT antes dessa reorganização. Ela investe na empresa desde 2019. As ações da companhia de Bill Gates subiram quase 4% após o anúncio, elevando seu valor de mercado para cerca de US$ 4,1 trilhões na Nasdaq.

Pelo acordo anunciado hoje, além de manter uma participação relevante na nova companhia, a Microsoft manterá acesso à tecnologia da OpenAI até 2032, incluindo modelos que alcançaram alguns marcos da chamada inteligência artificial geral (AGI).

A AGI, que atualmente está no plano teórico, teria a capacidade de entender, aprender e aplicar conhecimento em tarefas hoje feitas apenas por humanos. Diferentemente da IA atual, que é especializada em tarefas específicas (como reconhecer imagens ou traduzir textos), a AGI poderia generalizar seu aprendizado para situações novas, como a capacidade de resolver um problema complexo em um contexto totalmente desconhecido.

O acordo entre OpenAI e Microsoft prevê que companhia de Bill Gates deixará de ter direito de preferência sobre a infraestrutura de computação da parceira. A OpenAI, porém, se comprometeu a gastar US$ 250 bilhões adicionais em serviços da nuvem Azure, que pertence à Microsoft.

O acordo mantém a OpenAI como principal parceira da Microsoft em modelos de ponta e garante à empresa direitos exclusivos de propriedade intelectual e API até o surgimento da AGI. Também abre espaço para que ambas busquem novos parceiros e produtos de forma independente.

Entre as mudanças, a OpenAI poderá desenvolver produtos em parceria com terceiros, inclusive com o governo dos Estados Unidos, e liberar modelos de código aberto que cumpram critérios de segurança.

A Microsoft, por sua vez, poderá prosseguir com pesquisas próprias em AGI e manterá direitos de propriedade intelectual sobre modelos e produtos até 2032.