O detector de metais apitou! Descoberta em Marte é nova pista na busca por vida

 

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O rover Perseverance, da NASA, proporcionou uma descoberta na superfície de Marte que pode ser uma nova pista na busca por vida no planeta. O veículo identificou minerais que, na Terra, se formam por reações redox, utilizadas em atividades como fotossíntese e respiração de micróbios. Cientistas descobriram lugar ideal para procurar vida em Marte IA e robótica podem ajudar humanidade a colonizar Marte sem precisar de humanos Sinais de vida em Marte podem estar escondidos sob espessas camadas de argila A novidade surgiu enquanto o rover explorava Naretva Vallis —na Cratera de Jazero —, um vale marciano esculpido por um rio que, no passado, alimentava um lago. Na Formação Bright Angel, o Perseverance encontrou uma rocha em formato semelhante à ponta de uma flecha, apelidada de "Cheyava Falls". A pedra exibia manchas parecidas com “sementes de papoula” e “manchas de leopardo”. -Entre no Canal do WhatsApp do Canaltech e fique por dentro das últimas notícias sobre tecnologia, lançamentos, dicas e tutoriais incríveis.- Em um estudo publicado em 10 de setembro na revista Nature (nature.com), pesquisadores detalharam que essas marcas são ricas em carbono orgânico, ferro, fósforo e enxofre. Além disso, a rocha apresentou indícios de vivianita — fosfato de ferro — e greigita — sulfeto de ferro. Minerais formados por reações redox Na Terra, tanto a vivianita quanto a greigita se formam por meio de reações redox, que envolvem a troca de elétrons: uma substância perde elétrons (oxidação) e outra os ganha (redução). A fotossíntese é um exemplo de atividade biológica que utiliza essas reações, assim como humanos e animais durante a respiração. Micróbios também as utilizam para “respirar” em ambientes com escassez de oxigênio. “Todos os seres vivos precisam obter energia do ambiente. A vida na Terra descobriu como fazer isso muito cedo, aproveitando as reações redox”, destacou ao Space.com Mike Tice, coautor do estudo e geobiólogo da Universidade Texas A&M, em College Station. Segundo os cientistas, as reações redox ocorrem em um ritmo lento, porém envolvem intensa troca de energia, tornando-se uma fonte de combustível essencial para a vida. Reações redox no Planeta Vermelho Os minerais identificados em Marte se formaram principalmente pela etapa de redução, em que ferro e enxofre ganham elétrons. Os specialistas destacam que encontrar evidências de redox no planeta levanta a possibilidade de atividades biológicas sustentadas por essas reações. “Com base no que sabemos sobre a vida na Terra, bem como em fatores teóricos, acreditamos que a vida em quase qualquer lugar provavelmente acabará usando reações redox para obter energia”, afirmou Tice. O geobiólogo acrescentou que buscar registros de redox em rochas antigas é parte de uma estratégia fundamental para encontrar vestígios de vida passada em locais como a superfície marciana. Registro do over perseverance na rocha que contém vestígios de vivianita e greigita (NASA/JPL-Caltech-MSSS) Possibilidade de falsos positivos de bioassinatura Joel Hurowitz, geocientista da Universidade Stony Brook e líder da pesquisa, afirmou que a identificação de reações redox na rocha em formato de flecha é algo inédito nos mais de 20 anos de exploração de Marte. Segundo ele, mesmo que análises posteriores revelem que essas reações são abióticas — mostrando que, na realidade, são falsos positivos de bioassinatura —, elas ainda podem revelar aspectos da química prebiótica que antes não tinham sido considerados pela ciência. Para descobrir a natureza real das reações que deram origem à vivianita e à greigita, os pesquisadores precisarão aguardar o retorno à Terra das amostras coletadas pelo Perseverance na "Cheyava Falls". Hurowitz e Tice afirmam que gostariam de trabalhar nas análises das rochas “imediatamente” após a chegada ao nosso planeta. Os estudos devem se concentrar na comparação entre versões mais leves e pesadas de ferro, enxofre e carbono na rocha — especialmente entre argilito, vivianita e greigita. As diferenças nas composições isotópicas entre produtos e reagentes podem ser fundamentais para determinar se as reações redox que formaram os minerais foram influenciadas pela biologia. Os pesquisadores já têm as primeiras pistas, e estudos futuros podem fornecer argumentos sólidos sobre a formação das rochas marcianas. “Este é o momento em que o detector de metais dispara e você desenterra algo brilhante. Ainda é preciso descobrir exatamente o que tem — mas você já tem algo com que trabalhar”, ressaltou Mike Tice. Leia mais:  Elon Musk dá razão para colonizar Marte: "vida na Terra será destruída pelo Sol" Teria a NASA acabado com a vida em Marte por acidente? Marte | Se alienígenas existissem no planeta vermelho, eles usariam guarda-chuva VÍDEO | CURIOSIDADES SOBRE A LUA   Leia a matéria no Canaltech.