Nvidia vira a primeira empresa de US$ 5 trilhões: entenda o que impulsionou a disparada

 

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A Nvidia acaba de ultrapassar a marca histórica de US$ 5 trilhões em valor de mercado, tornando-se a primeira empresa do mundo a atingir esse patamar. O salto coroa uma trajetória de crescimento acelerado impulsionada pela liderança da companhia na corrida global da inteligência artificial.

As ações avançaram 3,5% no pré-mercado, sinalizando que o recorde seria alcançado assim que o pregão regular tivesse início. Há somente quatro meses a empresa ultrapassou a barreira dos US$ 4 trilhões. A disparada acelerou à medida que o diretor-presidente da empresa, Jensen Huang, firmava novos acordos para fornecer chips a empresas que vão da Nokia Oyj à Samsung Electronics Co. e ao Hyundai Motor Group.

O que explica essa escalada?

Em um mercado de alta alimentado pelo otimismo de que a IA vai transformar a economia global, a Nvidia ocupa uma categoria própria. Com alta de 50% no ano, a ação responde sozinha por quase um quinto do avanço de 17% do S&P 500 — índice que reúne as 500 maiores empresas listadas nos EUA — em 2025. Na sequência aparecem Microsoft Corp. e Apple Inc., ambas avaliadas em cerca de US$ 4 trilhões.

— Uma capitalização de mercado de US$ 5 trilhões teria sido inimaginável há alguns anos — disse Keith Lerner, diretor de investimentos e estrategista-chefe da Truist Advisory Services. — O mercado certamente está apostando muito na ideia de que a IA será transformadora.

As ações da Nvidia começaram a subir na terça-feira, depois que o presidente dos EUA, Donald Trump, disse esperar conversar com Xi Jinping sobre o chip Blackwell, considerado o mais avançado da empresa para rodar aplicações de IA. Meses atrás, Trump já havia sinalizado que poderia autorizar a exportação para a China de uma versão rebaixada do processador — perspectiva que aumentou as expectativas do mercado.

Na segunda-feira, Huang anunciou uma série de novas parcerias e minimizou preocupações sobre uma possível bolha de IA, afirmando que a nova geração de chips está no caminho para gerar meio trilhão de dólares em receita. A companhia também apresentou um sistema que conecta computadores quânticos — máquinas que usam princípios da mecânica quântica para realizar cálculos de forma diferente dos computadores tradicionais — aos seus processadores de inteligência artificial.

Otimismo no mercado

Os analistas de Wall Street seguem majoritariamente otimistas. Dos 80 analistas acompanhados pela Bloomberg, mais de 90% recomendam compra; somente um — Jay Goldberg, da Seaport Global Securities — classifica o papel como venda. O preço-alvo médio é de US$ 223,68, o que indica um potencial de valorização de cerca de 11%.

A Nvidia negocia a menos de 34 vezes o lucro estimado, abaixo da média de cinco anos, de aproximadamente 39 vezes, e próxima do índice de semicondutores da Bolsa da Filadélfia, de 29 vezes.

Ainda assim, diante dos ganhos expressivos, há quem questione se a empresa conseguirá manter o ritmo. Desde o fim de 2022, o papel já acumula valorização de cerca de 1.275%. Dan Eye, diretor de investimentos da Fort Pitt Capital Group, avalia que a Nvidia deve perder espaço para concorrentes como Advanced Micro Devices Inc. e Broadcom Inc.

— Se tudo o que está sendo apostado em IA se concretizar, as avaliações provavelmente fazem sentido, mas parte disso pode ser difícil de alcançar — afirmou. — Tem sido difícil não ter Nvidia na carteira, mas a ação está realmente precificada para expectativas elevadas. (Com Bloomberg)