'Nenhum presidente poderá calar a cultura', diz Lula ao apresentar Plano Nacional

 

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O objetivo do projeto de lei é orientar as políticas culturais do Brasil pelos próximos dez anos. Ao apresentar o novo Plano Nacional de Cultura, enviado nesta segunda-feira (17) ao Congresso Nacional, o presidente Lula fez críticas indiretas ao ex-presidente Jair Bolsonaro e afirmou que, se o plano for aprovado, nenhum presidente da República poderá calar a cultura no país.

O objetivo do texto é orientar as políticas culturais do Brasil pelos próximos dez anos. O presidente afirmou estar concretizando o sonho de transformar a cultura em um movimento e ressaltou que nenhum presidente eleito em 2026 poderá extinguir o Ministério da Cultura ou eliminar os planos previstos para as atividades culturais no país, em resposta, principalmente, às críticas sobre a liberação de recursos da Lei Rouanet.

O presidente Lula também mencionou a segurança pública durante o evento, afirmando que a arte de governar é bastante difícil, especialmente diante de regras duras, inclusive nesse setor.

"Tem regras para tudo, tem fiscalização para tudo, tem gente que ajuda muito pouco e tem gente que atrapalha muito mais. Vocês sabem como é. Este dia eu ouvi de um companheiro, Wagner, que muitas vezes ele não quer determinado dinheiro do governo para determinada atividade, porque quando chega o dinheiro do governo é tanta exigência para ele cumprir que ele prefere não ter o dinheiro. Na questão da segurança pública é assim. Você foi governador. Então como é que você faz para liberar? É fazer o que nós estamos fazendo."

Também durante a cerimônia, o líder do governo no Senado, senador Jaques Wagner, falaram rapidamente à imprensa sobre outro desafio que Lula terá de enfrentar: a indicação de Jorge Messias para o Supremo Tribunal Federal.

Essa indicação já deveria ter sido feita há algum tempo, mas o presidente tem se dedicado a outras agendas e ainda pretende se reunir com Rodrigo Pacheco, que acabou sendo preterido pelo governo, antes de enviar a indicação de Jorge Messias ao Senado.

Segundo apurações de bastidores e conversas com aliados, o clima no Senado não está favorável à nomeação de Messias, o que explica a demora de Lula em formalizar a conversa com Pacheco.

Na semana passada, a Casa deu um recado claro ao governo ao reconduzir Paulo Gonet ao cargo de procurador por uma margem estreita, indicando que a nomeação de Jorge Messias também deve enfrentar significativa resistência no Senado.