Na Indonésia, Lula defende o uso de moedas nacionais no comércio, sem o uso do dólar
Às vésperas de um encontro com o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, na Malásia, Lula criticou o protecionismo e voltou a defender o comércio entre países com moedas próprias, sem uso do dólar.
O tema incomoda Trump — o americano chegou a ameaçar países do Brics com taxas se forem adiante com a ideia de abandonar o dólar como moeda de referência em trocas comerciais — e é um dos pontos que está sobre a mesa na negociação do Brasil com os EUA.
Ao discursar na visita oficial à Indonésia, escala da viagem a caminho da Malásia, Lula voltou a defender o comércio entre países sem o uso do dólar. Ele fez referência a moedas nacionais nesse tipo de transação quando defendia ampliação do comércio entre a Indonésia e o Mercosul.
— Nós queremos multilateralismo e não unilateralismo. Nós queremos democracia comercial e não protecionismo — afirmou Lula. — Indonésia e Brasil não querem uma segunda Guerra Fria. Nós queremos comércio livre. E, mais ainda: tanto a Indonésia quanto o Brasil têm interesse em discutir a possibilidade de comercialização entre nós dois ser com as nossas moedas. Essa é uma coisa que nós precisamos mudar.
Lula afirmou que a liberdade de os dois países poderem usar as próprias moedas nas relações comerciais é algo que já devia ter acontecido. E defendeu mudanças nas transações comerciais para eliminar dependência de outros países.
— O século XXI exige que tenhamos a coragem que não tivemos no século XX. Exige que a gente mude alguma forma de agir comercialmente para não ficarmos dependentes de ninguém — argumentou.
(Matéria em atualização)
