Moraes se reúne com Castro para ouvir explicações sobre megaoperação no Rio
A expectativa é que, após o encontro, o ministro avalie possíveis desdobramentos e medidas a serem adotadas no caso. O ministro do Supremo Tribunal Federal Alexandre de Moraes está reunido agora com o governador do Rio, Cláudio Castro, e com a cúpula da segurança pública estadual, incluindo os chefes da Polícia Militar e da Polícia Civil, responsáveis pela megaoperação da última terça-feira.
A ação nos Complexos da Penha e do Alemão deixou 121 mortos, sendo 117 suspeitos e quatro policiais, e já é considerada a mais letal da história do país. Moraes, relator da Ação de Descumprimento de Preceito Fundamental (ADPF) das Favelas, deve ouvir explicações sobre a operação e sobre os desafios da segurança pública no estado. A expectativa é que, após o encontro, o ministro avalie possíveis desdobramentos e medidas a serem adotadas no caso.
Depois da reunião, Moraes deve visitar as sedes de outros órgãos, como o Tribunal de Justiça, o Ministério Público e a Defensoria Pública, além de se encontrar com o prefeito Eduardo Paes.
No domingo, o ministro determinou que o governo do Rio preserve “todos os elementos materiais” ligados à execução da operação, para permitir a apuração de órgãos de controle.
A Polícia Civil informou que já concluiu as perícias e a liberação de todos os corpos. Os quatro policiais mortos, civis e militares, já foram enterrados.
Ontem, o Fantástico, da TV Globo, exibiu imagens das câmeras corporais de agentes que participaram da ação. As cenas mostram intensa troca de tiros e o resgate de policiais feridos em meio ao confronto. Um dos atingidos foi o delegado Bernardo Leal, que estava dentro de uma estrutura de alvenaria e precisou ser retirado após os agentes quebrarem as paredes do local. Ele foi baleado na perna e, devido à gravidade do ferimento, teve o membro amputado.
Em paralelo, a Polícia Civil divulgou um levantamento com o perfil de 115 dos 117 suspeitos mortos. Segundo o relatório, mais de 95% tinham ligação comprovada com o Comando Vermelho e 54% eram de fora do estado. Apenas dois laudos tiveram resultado inconclusivo.
Os dados apontam ainda que 97 dos mortos possuíam antecedentes criminais considerados relevantes, 17 não tinham histórico, e 59 estavam com mandado de prisão em aberto. Dos 17 sem registros, 12 apresentavam indícios de envolvimento com o tráfico em suas redes sociais.
Ao todo, 62 dos mortos, mais da metade, vieram de outros estados, o que, segundo o governo, reforça o caráter interestadual da atuação da facção.
