Moraes prorroga prazo para governo do Rio enviar documentos sobre operação com 121 mortos
Ministro do STF atendeu a pedido do estado. Relatório entregue aponta indícios de fraude processual na remoção de corpos O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes, decidiu prorrogar até a próxima segunda-feira (17) o prazo para que o governo do Rio de Janeiro envie todos os documentos solicitados a respeito da megaoperação que terminou com 121 mortos. O pedido foi feito pelo próprio governo do estado, com a justificativa de que não havia tempo hábil para consolidar tudo que foi pedido.
Entre as informações requisitadas por Moraes, estão cópias de laudos de necropsia e registros das câmeras corporais utilizadas por agentes de segurança durante a ação.
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Nesta quarta-feira (12), foi encaminhado ao STF um relatório da Subsecretaria de Planejamento e Integração Operacional da Secretaria de Polícia Civil do Rio sobre o inquérito que investigava a remoção de corpos de parte dos 121 mortos, principalmente aqueles que foram colocados numa praça no dia seguinte a ação policial.
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José Lucena/Thenews2/Agência O Globo
O delegado responsável pelo inquérito afirma que há "veementes indícios" que justificariam a continuidade da investigação. Entre os pontos elencados, há uma apuração preliminar da Polícia que aponta o uso de um veículo roubado no transporte dos corpos até a praça e outro veículo utilizado rodava com a placa possivelmente clonada.
A apuração do inquérito foi suspensa por determinação do ministro Alexandre de Moraes. Ele havia determinado um prazo de 48h para o delegado apresentar informações e a resposta foi enviada nesta quarta por Leandro Gontijo de Siqueira Alves, da Delegacia da Penha.
No texto, Alves afirma que o inquérito não investigava familiares dos mortos, mas sim "indícios de fraude processual decorrentes de ações ocorridas após os confrontos, conforme amplamente documentado em vídeos, registros jornalísticos e demais elementos de prova já anexados aos autos".
