Moraes diz que PF vai investigar lavagem de dinheiro no Rio e infiltração do crime no poder público

 

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Em audiência nesta quarta-feira (5), o magistrado citou a falta de autonomia da Polícia Técnico-Científica do Rio, o que, segundo ele, compromete as investigações. O ministro Alexandre de Moraes, afirmou, nesta quarta-feira, que a pedido do Supremo, a Polícia Federal vai instaurar inquérito para apurar dois aspectos relacionados ao enfrentamento ao crime organizado: o funcionamento dos esquemas de lavagem de dinheiro no Rio de Janeiro e a infiltração de organizações criminosas no Poder Público.

A medida ocorre diante da megaoperação do Rio de Janeiro, contra o Comando Vermelho. Para Moraes, "é essencial que o Estado responda como recuperar territórios dominados por organizações criminosas". Ele ainda apontou como problema central a falta de autonomia e estrutura da Polícia Técnico-Científica do Rio de Janeiro e disse que a subordinação à Polícia Civil compromete a independência das investigações.

O ministro realizou, nesta quarta, uma audiência com entidades ligadas à defesa dos Direitos Humanos. Presente no encontro, a deputada estadual Dani Monteiro, do PSOL, que integra a Comissão de Direitos Humanos da Assembleia Legislativa do Rio, disse que Moraes ficou de analisar o possível afastamento do Ministério Público do Rio de Janeiro do caso, um dos pontos criticados pelos participantes do encontro.

O defensor público federal, Thales Arcoverde, que também participou da audiência, contou que o ministro mostrou preocupação com a quantidade de mortos que não eram alvos da operação. Apenas 5, dos 115 identificados, fora os policiais, estavam na mira da operação.

A audiência do ministro Alexandre de Moraes com as entidades ocorreu dois dias após encontro do ministro relator da ADPF das FAvelas com o governador do Rio de Janeiro, Claudio Castro. Moraes também se encontrou com o presidente do Congresso, Davi Alcolumbre.

As conversas devem embasar decisões ligadas à ação que discute a atuação das forças de segurança em áreas de alta vulnerabilidade no Rio de Janeiro. Quase 30 entidades participaram. Antes, Moraes emitiu decisão que barrou alguns e liberou outros para participar. No documento, afirmou que não é possível incluir, por exemplo, réus condenados por participação em organização criminosa.