Microsoft supera previsões com US$ 77,7 bi, mas gastos com data centers preocupam Wall Street

 

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Puxada pelo frenesi em torno da IA, a demanda pelos serviços de nuvem da Microsoft, a Azure, cresceu no terceiro trimestre e fez a receita da companhia ter alta de 18%, chegando a US$ 77,7 bilhões. Um avanço ligeiramente maior que o projeto pelos analistas, que esperavam US$ 75,6 bi. Mas o crescimento da empresa fundada por Bill Gates veio acompanhado de um aumento de gastos com data centers que incomodou os agentes de mercado.

A empresa disse que os investimentos de capital - incluindo os arrendamentos, um indicador do quanto ela gasta com a construção de data centers - totalizaram US$ 34,9 bilhões, contra US$ 24 bilhões no trimestre anterior, um aumento de 45%.

O CEO da Microsoft, Satya Nadella, tentou justificar os altos gastos feitos pela empresa, à medida em que cresce o temor de uma bolha no setor de tecnologia fruto dos largos investimentos em IA.

“Nossa nuvem e fábrica de IA em escala planetária, juntamente com o Copilot em áreas de alto valor, estão impulsionando uma ampla difusão e impacto no mundo real”, disse. “É por isso que continuamos aumentando nossos investimentos em IA, tanto em capital quanto em talentos, para aproveitar a enorme oportunidade à frente”, afirmou, em mensagem direcionada aos investidores.

A medida de lucro líquido por ação foi de US$ 3,72, enquanto a média das projeções do mercado ficou em US$ 3,68. O lucro chegou a US$ 27,7 bilhões, um aumento de 12% em relação ao trimestre anterior.

Serviço de nuvem impulsiona resultado

O segmento de computação em nuvem Azure teve um ganho de receita da ordem de 39%, superando a estimativa de 37% de Wall Street. Essa frente de negócio é acompanhada com lupa pelos analistas, já que representa a aposta da empresa em hardwares (estrutura física), sendo a Microsoft a maior fabricante de software do mundo.

O Azure têm crescido graças a uma parceria entre a Microsoft e a OpenAI, empresa dona do ChatGPT, considerada uma das startups mais promissoras quando se trata de IA generativa. O acordo coloca a gigante de tecnologia em uma posição privilegiada na corrida pelo desenvolvimento de soluções de IA.

Na terça-feira, ambas anunciaram a reestruturação desse pacto, garantindo à Microsoft uma participação estratégica na startup e um acesso contínuo às suas soluções de IA generativa nos próximos anos.