Marina Silva cobra reforma urgente no financiamento climático às vésperas da COP 30
A seis dias do início da COP 30 em Belém, a ministra do Meio Ambiente e Mudança do Clima, Marina Silva, defendeu a urgência de uma reforma no sistema global de financiamento climático, uma vez que o planeta está cada vez mais próximo de seu limite, o chamado ponto de não retorno das mudanças climáticas. Ela reforçou que “sem um planeta saudável, não há liberdade; sem vida, não há negócios”.
Como exemplos, a ministra destacou impactos já sentidos no país — como enchentes no Rio Grande do Sul e incêndios na Amazônia — e reforçou o compromisso estabelecido na COP 28 em manter o aumento da temperatura global abaixo de 1,5 grau Celsius.
Como uma das medidas de combate, a ministra citou o Plano de Transformação Ecológica, desenvolvido em parceria com o Ministério da Fazenda. O projeto tem seis eixos principais, entre eles finanças sustentáveis, transição energética e economia circular, e prevê a criação de 2 milhões de empregos verdes, com crescimento do PIB sustentável.
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Na sequência, em entrevista coletiva, a ministra apontou com bons olhos o caminho do Brasil para zerar o desmatamento até 2030 e reduzir as emissões de CO₂ em mais de 50% até 2035.
Quando questionada sobre o anúncio recente da autorização do Ibama para a exploração da Margem Equatorial para petróleo, a ministra diminuiu a imediatez do problema — reforçando que o há, nas palavras dela, é a licença para prospecção, que só se converterá em exploração daqui 5 anos, mas exige responsabilidade e governança.
A ministra ainda apontou a criação da Taxonomia Sustentável, ferramenta recém-assinada pelo presidente Lula, que promete dar mais transparência e segurança aos investidores — que poderão "comparar ativos e entender quais investimentos são realmente verdes".
