Mais de 64% da renda nacional é controlada por 10% dos mais ricos, aponta estudo da Fazenda

 

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O levantamento mostra também que quanto maior a renda, menor é a alíquota efetiva do imposto de renda, que chega a 4,6% de imposto para o 0,01% mais rico. Um estudo divulgado nesta segunda-feira pela Secretaria de Política Econômica do Ministério da Fazenda revela que os 10% mais ricos do Brasil concentram 64,2% da renda do país, sendo que mais da metade desse volume está com o 1% mais rico. Os números levam em conta dados da declaração do imposto de renda de 2023.

O estudo mostra ainda que quanto mais rico, menor é a alíquota efetiva paga de imposto de renda. A taxa chega a 12% de imposto efetivo para quem ganha até 93% mais do que a média da população. A partir desse ponto, no entanto, a taxa cai e a alíquota efetiva reduz até chegar em 4,6% para o 0,01% mais rico.

Para pagar menos imposto, os contribuintes de maior renda buscam colocar mais recursos em rendimentos isentos. Entre eles, estão os lucros e dividendos, que segundo o estudo, representam 34,9% da renda isenta de imposto.

Na semana passada, o presidente Lula sancionou a medida que isenta do pagamento de IR quem ganha até 5 mil reais por mês. Ontem, em pronunciamento na TV e no rádio, o petista disse que é vergonhoso o fato da elite pagar menos imposto de renda do que a classe média.

Ao apresentar os dados, o secretário de Política Econômica do Ministério da Fazenda, Guilherme Mello, defendeu a necessidade de medidas e políticas públicas para reduzir a desigualdade no país.

O governo também usou os dados para tratar da desigualdade de gênero. Os números mostram que as mulheres negras têm a pior média anual de renda, cerca de 20 mil reais, enquanto a média brasileira fica perto de 40 mil reais. Homens declarantes do IR recebem, em média, 12.900 reais. Já as mulheres, em média, 10 mil. Brancos representam 78,6% dos mais ricos, enquanto pardos somam pouco mais de 15,8% e pretos, apenas cerca de 3%