Lula se reúne com Pacheco, indica preferência por Messias no STF e sugere senador como candidato ao governo de Minas

 

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O presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, recebeu na segunda-feira o senador Rodrigo Pacheco (PSD-MG), no Palácio do Planalto. O encontro aconteceu no momento em que o Lula discute a indicação de um nome para ocupar a vaga deixada por Luís Roberto Barroso no Supremo Tribunal Federal (STF).

Segundo aliados, a conversa entre Lula e Pacheco foi breve e cordial e apenas entre eles. Os dois mantém uma boa relação desde o início do mandato. O petista reforçou a intenção de querer ter o senador como candidato ao governo de Minas Gerais em 2026, apoiado pelo governo.

Pacheco, por sua vez, repetiu a Lula o que vem dizendo aos mais próximos que não tem intenção de se candidatar, mas que essa é uma decisão que ainda depende de conversas com seus companheiros de primeira hora. Pacheco tem dito que prefere encerrar sua vida pública após o fim do seu mandato no Senado em 2026.

Ainda de acordo com esses aliados, Lula disse a Pacheco que teria um outro caminho que não ele ao STF, uma referência à sua preferência pela indicação do advogado-geral da União, Jorge Messias,.

Apesar da votação apertada no Senado para a recondução do procurador-geral da República, Paulo Gonet, ter despertado um alerta em integrantes do governo, auxiliares de Lula dizem que o advogado-geral da União, Jorge Messias, segue como favorito do presidente para ser indicado para a vaga. O nome enfrenta resistência entre parlamentares, que preferiam a nomeação de Pacheco.

Antes de anunciar a indicação, Lula quer se encontrar também com o ministro do Tribunal de Contas da União (TCU) Bruno Dantas, também cotado para o posto.

Paulo Gonet foi reconduzido para um novo mandato na PGR na semana passada por 45 votos a 26, placar mais apertado desde a redemocratização. A exemplo do PGR, o indicado por Lula ao STF precisa ser sabatinado pela CCJ e passar por votação no plenário no Senado, onde precisa de pelo menos 41 votos, para ser aprovado.

Para auxiliares do presidente, o placar foi uma resposta direta à conduta do procurador-geral na denúncia do ex-presidente Jair Bolsonaro no processo da trama golpista. Também afirmam que Gonet não fez campanha e deixou a articulação para a sua aprovação apenas nas mãos do presidente do Senado, Davi Alcolumbre (União-AP).

Messias teria, segundo avaliação desses quadros governistas, um caminho tortuoso para conseguir o aval dos senadores. O advogado-geral da União, após ser indicado por Lula, deve começar o romaria pelos gabinetes da Casa, inclusive para conversar com parlamentares da oposição.