Lula pede investimentos da Malásia em chips e defende comércio global 'sem nova Guerra Fria'
Em visita a Kuala Lumpur, presidente brasileiro busca parceria estratégica diante da crise mundial dos semicondutores e critica empresários que “só reclamam de juros e tributos”. Durante um encontro com empresários em Kuala Lumpur, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva demonstrou preocupação com a crise global dos semicondutores e pediu o apoio da Malásia para impulsionar a indústria de chips no Brasil. A declaração ocorre em meio ao conflito entre Holanda e China pela gestão de uma fabricante de componentes eletrônicos, que ameaça paralisar montadoras em todo o mundo.
Lula afirmou que o país precisa atrair investimentos estrangeiros para reduzir a dependência de insumos importados e evitar novas crises de produção.
‘O Brasil precisa dar um salto de qualidade para que o Brasil possa ter empresas da Malásia fazendo investimento no Brasil na produção de chips, uma coisa que nós precisamos, inclusive para evitar o risco da indústria brasileira terminar ou diminuir a sua produção por falta de chips em qualquer momento de crise nacional’, afirmou.
No encontro ao lado do primeiro-ministro da Malásia, Lula disse que o Brasil descobriu que o mundo existe pra além da Europa e dos Estados Unidos, com mais afinidade e mais vantagens. E disse que quer comércio com todos, sem nova Guerra Fria. Lula ainda afirmou que um presidente da república não sabe fazer negócios, mas abre portas para os homens de negócio e que a política comercial é uma via de mão dupla e que ninguém precisa sair perdendo. Num recado aos empresários, criticou os que só reclamam dos tributos e juros e disse que só vai vencer quem garimpa e viaja à procura de oportunidades.
‘Tem dois tipos de empresários no Brasil: aqueles que gostam de viajar, que garimpam oportunidades, e aqueles que ficam no Brasil só se queixando da taxa de juros ou da tributação. Vai vencer quem garimpa e viaja à procura de oportunidades’, declarou.
O presidente afirmou ainda que o Brasil tem muito a oferecer, especialmente no agronegócio, mas que busca uma relação comercial equilibrada e sustentável. Lula projetou que as trocas comerciais com a Malásia poderão alcançar até U$ 15 bilhões e concluiu que ‘a relação entre Brasil e Malásia nunca mais será pequena’.
