Lula diz que prisões da trama golpista mostram 'lição de democracia ao mundo'
Presidente destaca resposta das instituições à trama golpista enquanto seis réus passam por audiências de custódia nesta tarde em Brasília. O presidente Lula afirmou nesta quarta-feira (26) que o Brasil deu “uma lição de democracia ao mundo” com a prisão dos envolvidos na trama golpista, incluindo o ex-presidente Jair Bolsonaro e generais de quatro estrelas. A declaração ocorreu durante evento no Palácio do Planalto.
“Sem nenhum alarde, a Justiça brasileira mostrou a sua força, não se amedrontou com ameaças e fez um julgamento primoroso”, disse Lula. “Pela primeira vez em 500 anos, você tem um ex-presidente da República e quatro generais de quatro estrelas presos. Democracia não é privilégio de ninguém.”
As declarações acontecem após seis dos sete réus começarem a cumprir pena pela trama golpista. A exceção é o deputado Alexandre Ramagem, considerado foragido após viajar para os Estados Unidos e ser incluído pelo ministro Alexandre de Moraes no Banco Nacional de Medidas Penais e Prisões.
Os seis réus passam por audiência de custódia nesta quarta-feira:
Jair Bolsonaro: 14h30, pessoalmente na Superintendência da PF
Anderson Torres: 13h30, pessoalmente na Papudinha
Almir Garnier: 13h, por videoconferência na unidade da Marinha
Augusto Heleno: 14h, pessoalmente no Comando Militar do Planalto
Paulo Sérgio: 15h, pessoalmente no Comando Militar do Planalto
Braga Netto: 15h30, por videoconferência na 1ª Divisão Militar no RJ
Alexandre Ramagem: Incluído no Banco Nacional de Medidas Penais e Prisões (BNMP)
Regras para visitas
O ministro Alexandre de Moraes autorizou o início das visitas aos detidos a partir desta quinta-feira (27). Bolsonaro já tem programadas as visitas do filho Jair Renan e da ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro. Todas as visitas de familiares - incluindo mulheres, filhos e netos - dependerão de aval do STF, com exceção de médicos e advogados. No caso de Bolsonaro, cada visita terá duração máxima de 30 minutos.
O almirante Almir Garnier, preso em unidade da Marinha, foi o primeiro a pedir autorização para receber a família.
Heleno alega demência
Durante exame de corpo de delito realizado pela Polícia Federal, o general Augusto Heleno declarou sofrer de demência e conviver com Alzheimer desde 2018, com perda de memória recente, além de prisão de ventre e hipertensão controlada por medicamentos. O procedimento é padrão para todos os presos, mesmo quando alocados em unidades militares.
