Líder do partido de Pacheco no Senado vai receber Messias em meio à crise entre Planalto e Congresso
Correndo contra o tempo para tentar consolidar apoio à sua indicação ao Supremo Tribunal Federal, o advogado-geral da União, Jorge Messias, intensificou as visitas a senadores nesta terça-feira. Pela manhã, esteve com Mecias de Jesus (Republicanos-RR), em busca de votos, antes da sabatina prevista para 10 de dezembro. No fim do dia, Messias deverá ser recebido pelo líder do PSD, Omar Aziz (AM), partido comandado pelo presidente do Senado, Rodrigo Pacheco.
O encontro ocorre num ambiente de crise aberta entre o Palácio do Planalto e o Congresso e em meio à paralisia do rito formal. A mensagem presidencial que oficializa a indicação de Messias ainda não chegou ao Senado, o que gerou dúvidas entre senadores e assessores legislativos sobre a possibilidade de a Comissão de Constituição e Justiça ler, na semana que vem, o parecer do relator Weverton Rocha (PDT-MA) sem o documento. Nos bastidores, técnicos avaliam que, regimentalmente, a leitura pode não ser possível sem a mensagem — o que adicionaria mais um obstáculo ao calendário já apertado.
Aziz afirmou que tratará o encontro como um passo institucional, mas reconheceu o cenário de tensão.
— Eu vou ouvi-lo, tenho boa relação com ele. É normal uma conversa entre um senador da República e o indicado do presidente. Já falei com vários ministros quando foram indicados. Isso é rotina — afirmou o líder do PSD.
A ofensiva de Messias ocorre após um novo foco de desgaste com o PL. Como mostrou O GLOBO mais cedo, o convite para que o indicado participasse do tradicional almoço da bancada provocou irritação no grupo, com críticas em um chat interno e queixas sobre falta de comunicação prévia. A pressão interna levou ao cancelamento do encontro.
