Haddad pede que Cláudio Castro oriente a direita no Congresso para combater lavagem de dinheiro

 

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O ministro da Fazenda criticou fortemente o voto de quase metade dos deputados do PL contra a urgência do projeto que pune com mais rigidez o devedor contumaz. O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, fez um apelo para que o governador do Rio de Janeiro, Cláudio Castro, oriente o PL e a bancada da direita no Congresso Nacional para que sejam votadas leis que ajudem a combater a lavagem de dinheiro que, segundo o ministro, é o que alimenta o crime organizado no país.

Haddad criticou fortemente o voto de quase metade dos deputados do PL contra a urgência do projeto que pune com mais rigidez o devedor contumaz, que é o sonegador que se vale de estratégias fraudulentas para evitar que a Receita Federal e as polícias cheguem até ele e às atividades ilícitas.

Questionado pela CBN sobre o resultado da votação, Haddad reclamou do posicionamento do partido PL principalmente na semana em que a segurança pública é discutida diante da operação que deixou mais de 120 mortos no Rio.

"Eu não consigo entender. Se a tua bandeira, a Segurança Pública, você tem uma lei que foi aprovada quase por unanimidade no Senado Federal. Foram mais de 60 votos no Senado Federal. Eu acredito que não teve nenhum contra, inclusive. Mas foram mais de 60 votos a favor. Por que que nós tivemos 50 votos contra a urgência constitucional? Esta semana, tão simbólica, nesta semana, justamente o partido do governo Cláudio Castro votando contra a urgência constitucional."

Segundo o ministro, só com uma legislação mais rígida é possível atingir os “patamares mais altos” do crime organizado que nem devem estar no Brasil. Para Haddad, os chefões do crime moram fora do país, em algum lugar de frente pra praia, e não em áreas de risco onde a polícia faz operações letais.

Disse ainda que a questão territorial - de cumprir mandado de prisão - é importante, mas que se não atacar o financiamento do crime, não vai dar certo. Ele acrescentou que é preciso “asfixiar” o braço financeiro do crime.

O ministro também respondeu as críticas do governador de Goiás, Ronaldo Caiado, que disse que os estados estão de mãos atadas contra o crime por não terem acesso a informações financeiras sensíveis, como do COAF.

Haddad respondeu que nem ele tem esse acesso, porque existem protocolos e nenhum ministro de Estado pode acessar dados sigilosos dessa forma.