Governo Lula vai reforçar defesa por ações coordenadas de enfrentamento a facções criminosas

 

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O caminho passa por mostrar que o que ocorreu no Rio de Janeiro foi um estopim de uma crise na criminalidade que se arrasta há anos, inclusive que não foi solucionado por governos anteriores, até de direita. Para se contrapor à ofensiva dos governos de direita, que sempre tiveram pautas do crime organizado como prioridade, o governo Lula vai reforçar a partir de agora a defesa por ações coordenadas de enfrentamento às facções criminosas.

O caminho passa por mostrar que o que ocorreu no Rio de Janeiro foi um estopim de uma crise na criminalidade que se arrasta há anos, inclusive que não foi solucionado por governos anteriores, até de direita. E que a estratégia agora passa por aprovar propostas no Congresso para enfrentar a estrutura dessas organizações criminosas, como a PEC da Segurança e o projeto Anti-Facção, que o Ministério da Justiça planeja enviar nos próximos dias.

No Palácio do Planalto, a ordem é tentar evitar o enfrentamento político e agir de forma técnica. Por isso, o governo insiste no discurso de atacar o centro das facções criminosas, com a desestruturação do centro financeiro desses grupos. Além disso, na contramão da megaoperação mais letal da história do Rio, o governo federal vai focar que é preciso atacar a cabeça do crime organizado, como foi feito na operação que mirou o combate da lavagem de dinheiro por integrantes do PCC na Faria Lima, centro financeiro de São Paulo.

Foi justamente esse o tom usado em um vídeo institucional, divulgado nas redes sociais do governo federal, que criticou as mortes no Rio de Janeiro. O vídeo trata o crime organizado como o maior problemas do Brasil, mas diz que o combate não deve mirar em pessoas, mas sim “no cérebro e no coração” das facções.

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O ministro da Justiça, Ricardo Lewandowski, reforçou, nesta quinta-feira, que a operação do Rio era “estritamente local” e que não tinha “nada a ver com a Polícia Federal”. Em entrevista à GloboNews, ele disse que o governo federal foi surpreendido.

Ele ainda disse que a Polícia Federal deve abrir um inquérito macro — uma espécie de "inquérito guarda-chuva" — nos moldes do que foi feito na operação que investigou a lavagem de dinheiro de membros do PCC em São Paulo, envolvendo instituições financeiras da região da Faria Lima e reunindo todas as investigações relacionadas ao caso.