Gleisi afirma que Lula pediu empenho a ministros para aprovar PEC da Segurança e projeto Antifacção original

 

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A ministra Gleisi Hoffmann, das Relações Institucionais, afirmou nesta quinta-feira que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva pediu a ministros do governo que já foram governadores empenho pessoal junto ao Congresso para aprovar a PEC da Segurança e a versão original do projeto Antifacção.

— O presidente pediu empenho aos ministros na articulação política, na conversa com parlamentares para que esses dois projetos, a PEC da Segurança Pública e o projeto de lei antifacção sejam aprovados. (...) Nos preocupam alguns pontos do relatório (elaborado pelo deputado Guilherme Derriter). O perdimento extraordinário é importante que volte ao projeto — disse Gleisi.

A ministra defendeu que a PEC da Segurança Pública seja apreciada em conjunto com o projeto antifacção.

— O governo se dedicou por seis meses pra elaborar o projeto (antifacção). Não nasceu em dois dias. É robusto e foi estudado

Veja, nós temos que nos adequar à pauta estabelecida pelo presidente da casa, ele tem a legitimidade e o poder de estabelecer a pauta. Ele estabeleceu a pauta para terça-feira. Nós temos um acúmulo grande de discussão dessa matéria. O governo se dedicou por seis meses para elaborar esse projeto. Esse projeto não nasceu em dois dias. Foi um projeto discutido com especialistas, com a universidade, com autoridades da área de segurança dos estados. Enfim, foi um projeto eh bastante robusto e bastante estudado. Então, nós estamos preparados para isso. Se o presidente o colocar tá na pauta, né, realmente votar Nós temos condições de fazer esse debate.

A declaração ocorreu após a reunião do presidente Luiz Inácio Lula com todos os seus ministros que já foram governadores de estado para discutir segurança pública. O tema entrou no centro das preocupações do governo federal desde a operação policial de 28 de outubro no Rio que deixou 121 mortos.

Nesta semana, o Planato travou um embate com a Câmara por causa da decisão do presidente da Casa, Hugo Motta (Republicanos-PB), de escalar o secretário de Segurança Pública licenciado de São Paulo, Guilherme Derrite (PP-SP), para relatar o projeto de lei Antifacfacção elaborado pelo Executivo. Os pareceres elaborados por Derrite foram criticados pelo governo.

Participaram da reunião desta quinta-feira o vice-presidente e ministro da Indústria, Geraldo Alckmin, ex-governador de São Paulo; o ministro da Casa Civil, Rui Costa, ex-governador da Bahia; o ministro dos Transportes, Renan Filho, ex-governador de Alagoas; o ministro da Educação, Camilo Santana, ex-governador do Ceará; o ministro do Desenvolvimento Regional, Waldez Goés, ex-governador do Amapá; e o ministro do Desenvolvimento Social, Wellington Dias, ex-governador do Piauí.

Também estiveram no encontro o ministro da Justiça, Ricardo Lewandowiski, responsável pelas ações de segurança pública no governo, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, que tem mobilizado a Receita Federal para atuar contra facções criminosas, e a ministra das Relações Institucionais, Gleisi Hoffmann, a quem cabe negociar no Congresso a aprovação das propostas da área.

Na semana passada, a segurança pública foi tema de uma reunião realizada por Lula com alguns ministros em Belém. O presidente estava na capital paraense por causa da realização da COP30. Na ocasião, o ministro da Comunicação Social, Sidônio Palmeira, propôs que o governo junte todas as suas ações na área sob um mesmo guarda-chuva. Também foi levantada a hipótese de novas iniciativas, como a construção pelo governo de centros integrados de segurança. Sidônio está com Covid e não deve participar da reunião desta quinta-feira.

Pesquisa Quaest divulgada na quarta-feira mostrou um "freio" na retomada da popularidade de Lula. A gestão é aprovada por 47% da população brasileira e desaprovada por 50%, enquanto 3% não sabem ou não responderam. O cenário é de estabilidade com relação à rodada anterior, de outubro, quando a avaliação marcou 48% e 49%, respectivamente.

A Quaest avalia que o interrompimento na melhora da avaliação do governo, verificada desde julho, está relacionado à operação policial do dia 28 de outubro, que se refletiu no crescimento da violência como maior preocupação do brasileiro. Em um mês, o temor com essa área passou de 30% para 38%, enquanto a economia permanece em um distante segundo lugar, com 15%.