Ex-cúpula do INSS, ex-ministro da Previdência e dirigentes de sindicato rural: os alvos da nova operação sobre descontos indevidos de aposentados

 

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A Polícia Federal mirou na antiga cúpula do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) e em dirigentes e empresários ligados à Confederação Nacional dos Agricultores Familiares e Empreendedores Familiares Rurais (Conafer) na nova fase da Operação Sem Desconto, deflagrada nesta quinta-feira.

Entre os alvos de mandados de prisão estão o ex-presidente do INSS Alessandro Stefanutto; o ex-diretor do INSS André Fidelis; o ex-procurador do INSS Virgílio Filho; o diretor da Conafer Tiago Abraão Ferreira Lopes; o contador da Conafer Samuel Chrisostomo do Bonfim Júnior; e o empresário Cícero Marcelino de Souza Santos, que prestava serviços à entidade.

Além deles, também foi alvo de uma nova ordem de prisão o lobista Antônio Carlos Antunes Camilo, conhecido como "Careca do INSS". Ele já se encontra preso no Complexo da Papuda, em Brasília.

As decisões foram expedidas pelo ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) André Mendonça, que é o relator do caso na Corte.

Dentre os alvos de mandados de busca e apreensão estão o ex-ministro da Previdência José Carlos Oliveira, deputado federal Euclydes Pettersen (Republicanos-MG), o deputado estadual Edson Cunha de Araujo (PSB-MA) e o advogado e presidente da Autoridade Portuária de Santos, Anderson Pomini. Conforme a decisão, Dias foi obrigado a colocar tornozeleira eletrônica.

A operação da PF e Controladoria Geral da União apura descontos indevidos cobrados a aposentados e pensionistas em um suposto esquema que pode ter chegado a R$ 6 bilhões. No total, estão sendo cumpridos 10 mandados de prisão preventiva e 63 de busca e apreensão e outras medidas em 14 estados e no Distrito Federal.

Em nota, a defesa de Stefanutto afirmou que a prisão é "completamente ilegal", já que ele "não tem causado nenhum tipo de embaraço à apuração, colaborando desde o início com o trabalho de investigação. Os advogados afirmam ainda que o ex-presidente da autarquia vai "comprovar a inocência".

A PF informou que investiga crimes de inserção de dados falsos em sistemas oficiais, constituição de organização criminosa, estelionato previdenciário, corrupção ativa e passiva, além de atos de ocultação e dilapidação patrimonial.

Segundo as apurações, a Conafer foi a entidade que mais aumentou o volume de descontos em benefícios do INSS de 2019 até 2024. Em números absolutos, passou de R$ 400 mil em 2019 para R$ 57 milhões em 2020 e R$ 202 milhões em 2023.