
Estudo com IA faz primeiro mapa de um cérebro sem precisar de intervenção humana

Na última terça-feira (7), cientistas da Universidade da Califórnia em São Francisco (UCSF) e do Allen Institute for Cell Science divulgaram o primeiro mapa cerebral criado sem intervenção humana direta, utilizando inteligência artificial. Publicado na revista Nature Communications, o estudo apresenta um novo modelo capaz de identificar e detalhar 1.300 regiões do cérebro de um camundongo com precisão inédita. Cientistas desenvolvem IA inspirada no cérebro humano que supera o ChatGPT IA acha lesões cerebrais ocultas que médicos não veem em crianças com epilepsia Batizado de CellTransformer, o sistema de IA desenvolvido pelos pesquisadores funciona de forma semelhante a modelos de linguagem como o ChatGPT, mas, em vez de analisar palavras, ele examina como as células estão posicionadas e se relacionam entre si dentro do cérebro. Com base em técnicas que mostram como os genes são expressos em cada célula e onde elas se localizam, o CellTransformer conseguiu montar um mapa muito mais detalhado do que os criados manualmente. Essa abordagem eliminou a necessidade de que cientistas delimitassem manualmente cada região cerebral, um processo antes demorado e sujeito a erros. -Entre no Canal do WhatsApp do Canaltech e fique por dentro das últimas notícias sobre tecnologia, lançamentos, dicas e tutoriais incríveis.- Segundo o professor Reza Abbasi-Asl, coautor do estudo, o modelo constrói “a peça que faltava” entre os dados genéticos e o mapeamento físico do cérebro, tornando as fronteiras entre as regiões muito mais nítidas e revelando áreas até então desconhecidas. 9 milhões de células Estudo com IA faz primeiro mapa de um cérebro sem precisar de intervenção humana (Imagem: Nature Communications) O novo mapa cobre cerca de 1.300 seções do cérebro do camundongo, totalizando mais de 9 milhões de células analisadas. Entre as regiões mapeadas estão o hipocampo, essencial para a memória, e o núcleo reticular do mesencéfalo, que regula o sono e o processamento sensorial. Além de validar os dados com o mapa de referência do Allen Institute, a equipe acredita que a mesma tecnologia poderá ser aplicada a outros órgãos, como coração e tecidos humanos, abrindo caminho para novos estudos sobre doenças e funcionamento do corpo humano. Abbasi-Asl destaca que, embora o cérebro humano seja muito mais complexo, o CellTransformer poderá futuramente revolucionar o mapeamento neural em humanos, oferecendo uma visão sem precedentes da nossa própria mente. Leia também: Google e Harvard desenvolvem mapa interativo do cérebro Mapa cerebral é gerado com IA para descobrir origem de Alzheimer e Autismo VÍDEO | Como existe dor de cabeça se o cérebro não sente dor? Leia a matéria no Canaltech.