Equipe de rapper Hungria contradiz Ministério da Saúde e afirma que exame detectou intoxicação por metanol

 

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A equipe do rapper Gustavo da Hungria Neves, conhecido como Hungria, divulgou nesta terça-feira uma nota afirmando que exames laboratoriais confirmaram a presença de metanol no sangue do artista, contrariando a declaração do ministro da Saúde, Alexandre Padilha, que havia dito que não foram detectadas substâncias tóxicas no organismo do cantor.

Segundo o comunicado, o Laboratório Richet, da Rede D’Or, identificou 0,54 mg/dL de metanol no sangue de Hungria, valor superior ao limite de referência (0,25 mg/dL). O resultado indicaria intoxicação pela substância. Conforme a nota, a equipe médica aguarda exames de contraprova. No comunicado, a equipe frisou que o cantor "apresentou quadro compatível com intoxicação por metanol após ingestão de bebida alcoólica possivelmente adulterada".

"O artista recebeu tratamento conforme protocolo médico para intoxicação por metanol, incluindo o uso de antídoto e hemodiálise precoce, medidas fundamentais para sua excelente evolução clínica. Atualmente, Hungria está em boa recuperação e retomando sua agenda de shows, permanecendo em acompanhamento médico sob os cuidados do Dr. Leandro Machado", informou.

Hungria foi internado na quinta-feira (2) no Hospital DF Star, em Brasília, com sintomas compatíveis com intoxicação por metanol, como forte dor de cabeça, náuseas, vômitos e visão turva. O caso chegou a ser tratado pelo governo como uma suspeita de contaminação por bebida alcoólica adulterada, em meio a um surto nacional de intoxicações.

Durante a internação, Hungria foi submetido à hemodiálise. O cantor recebeu alta hospitalar no domingo, após quatro dias de internação.

Nas redes sociais, o rapper agradeceu o apoio recebido. “Hoje meu coração é só gratidão! Agradeço primeiramente a Deus, que tem sido minha força e meu abrigo em todos os momentos. Sou profundamente grato à minha família, que não soltou a minha mão nem por um segundo, e a cada amigo e fã que dedicou uma oração, uma palavra de apoio e de carinho”, escreveu.

Enquanto a equipe do artista afirma que o exame particular confirmou a presença de metanol, o Ministério da Saúde sustentou que os testes realizados pelo centro de referência toxicológica do SUS não detectaram a substância nem seus derivados, como o ácido fórmico, responsável pelos efeitos tóxicos no sistema nervoso central.

Durante o acompanhamento, já havia sido solicitado um exame para detecção do metanol pela rede privada, mas o Ministério da Saúde ajudou no acesso ao centro de referência de toxicologia do SUS, que fez a detecção mais rápida e destacou a ausência do metanol — não só do metanol, mas também de seus derivados, como o ácido fórmico — disse Padilha ao Metrópoles.