Embaixadas de torcedores do Flamengo se mobilizam por bi mundial, em Doha tomada pela febre da Copa Árabe

 

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Com o Flamengo confirmado na final da Copa Intercontinental, contra o PSG, na quarta-feira, às 14h (horário de Brasília), a expectativa é que mais torcedores do clube desembarquem em Doha até lá. Embora o torneio, no novo formato estabelecido pela Fifa, não seja um sucesso de público — diante da distância e dos altos custos para o torcedor brasileiro, e ainda perca a atenção do povo local para o campeonato de seleções da própria entidade que acontece simultaneamente, a Copa Árabe —, os rubro-negros têm arrumado um jeito de se fazerem presentes e levar o vermelho e preto às ruas do Oriente Médio, na busca pelo sonhado bicampeonato mundial.

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Para além daqueles que exibem a camisa do clube nas áreas turísticas, há uma concentração de torcedores no Belgian Café, estabelecimento na região de West Bay. Ponto reuniu torcedores no Mundial de Clubes de 2019, quando o Flamengo perdeu a final para o Liverpool, voltou a ser o local de “esquenta" — e não só para os integrantes da embaixada FlaQatar.

É o caso de Andriei Cunha, advogado carioca que mora em Dubai, nos Emirados Árabes Unidos, e foi ao país vizinho por conta do Intercontinental. Ele é um dos integrantes da Fla-Dubai, outra embaixada oficial da torcida.

— Falei com um dos fundadores da FlaQatar para podermos ajudar no que fosse preciso. Estamos trazendo um bom contingente. Deve ter de 20 a 30 pessoas da Fla-Dubai. Para a final, vêm mais de 50 pessoas. Estamos à disposição — disse Andriei antes da vitória do Flamengo sobre o Pyramids, no último sábado. — Eu tenha uma saudade do Brasil hoje: ver o Flamengo no Maracanã.

A viagem até Doha não é para qualquer um, mesmo no universo da maior torcida do Brasil. A participação do Flamengo foi confirmada só no último dia 29, quando o clube conquistou a Libertadores em cima do Palmeiras, em Lima. Só as passagens para o Oriente Médio saem na faixa dos R$ 12 mil, fora a hospedagem e os demais custos.

Marcelo Nuba, o "Anjinho" do Flamengo, marca presença em Doha

Davi Ferreira

Mesmo assim, há quem tenha viajado do Brasil em cima da hora. Torcedor-símbolo conhecido como “Anjinho”, Marcelo Nuba está em Doha e marcou presença na reunião da FlaQatar, sendo mais um elemento que deu um toque especial ao encontro de torcedores.

— Ficou muito caro para todos os rubro-negros estarem aqui. É fim de ano, é Natal, a economia não vai tão bem no Brasil. É um esforço muito grande. Só agradecer a Deus e aos parceiros que fizeram eu estar aqui — diz o Anjinho. — Essa concentração é marcante porque teve carga máxima de rubro-negros (em 2019). Hoje, vemos uma possibilidade real (de título), respeitando o tamanho do PSG. A fé está sempre em dia e se multiplica a cada vitória. Nada é impossível.

Expectativa de 40 mil

De fato, o público tem deixado a desejar no estádio Ahmad bin Ali. Mesmo com capacidade para 45.032 torcedores, recebeu apenas 7.108 na vitória do Flamengo sobre o Cruz Azul, e 8.368 no triunfo contra o Pyramids. A expectativa é que mais gente chegue para a final, mas é difícil pensar em uma invasão, como aquela feita pela torcida do Corinthians no Japão, no título mundial de 2012.

Chaveamento da Copa Intercontinental 2025

Editoria de Arte

Pessoas da Fifa relatam que o Ahmad Bin Ali pode estar enfim lotado na quarta, e mais de 40 mil ingressos já teriam sido emitidos para a decisão. O cenário bem diferente dos jogos anteriores se justifica pela maior presença de brasileiros e a chegada dos franceses, mas também por muitos que devem ser convidados.

Desde 2011, o PSG é propriedade da Qatar Sports Investments (QSI), fundo de investimento ligado ao governo do Catar, o que aumenta a movimentação para que o estádio não esteja vazio. Ainda assim, esta edição liga o alerta na Fifa para um torneio que foi reinventado por conta da criação da Copa do Mundo de Clubes, mas ainda passa longe de empolgar.

Copa Árabe é destaque em Doha, em meio à Copa Intercontinental

Davi Ferreira

Atenção dividida

Enquanto isso, a Copa Árabe é a grande sensação nas ruas de Doha. O torneio está nas semifinais, que serão disputadas hoje: o Marrocos enfrenta os Emirados Árabes Unidos, enquanto a Arábia Saudita encara a Jordânia. Os vencedores fazem a decisão na próxima quinta, um dia após a final do Intercontinental, no estádio Lusail, palco da final da última Copa do Mundo. O tratamento tem sido luxuoso e a expectativa é que os 88 mil lugares do estádio estejam ocupados.

Copa Árabe faz torcedores se reunirem no Souq Waqif, em Doha

Davi Ferreira

Um passeio no Souq Waqif, o mercado mais popular de Doha, é suficiente para ver os mais diversos adereços e materiais de divulgação da Copa Árabe, assim como torcedores se reunindo trajados com seus uniformes. Já o Intercontinental quase não aparece pelas ruas, e sequer há alguma venda de produtos oficiais — nem no estádio. A presença do presidente da Fifa, Gianni Infantino, no jogo do último sábado, não mudou o panorama da competição.