Em meio à crise no Rio de Janeiro, governo Lula descarta, no momento, decretar GLO

 

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Depois de alegar falta de apoio do Planalto, Claudio Castro voltou atrás e admitiu não ter pedido ajuda. O ministro Ricardo Lewandowski cobrou responsabilidade do governador e disse que ele precisa agir ou “jogar a toalha”. O Ministério da Justiça autorizou a transferência de 10 chefes do Comando Vermelho para presídios federais. Uma comitiva do governo federal vai ao estado nesta quarta A operação mais letal da história do Rio de Janeiro abriu uma nova crise entre o governador Cláudio Castro e o Palácio do Planalto. O presidente Lula resiste à ideia de decretar a Garantia da Lei e da Ordem, a chamada GLO, porque diz à auxiliares que essa medida "nunca pode ser a primeira opção". Lula ficou fora do radar durante toda a ação de policiais e integrantes da facção Comando Vermelho, porque estava em voo, retornando da Ásia para Brasília. Por isso, a opção de GLO sequer chegou a ser discutida na reunião que o presidente em exercício, Geraldo Alckmin, convocou às pressas no Planalto e que contou com a participação dos ministros Rui Costa, Gleisi Hoffmann, Sidônio Palmeira, Macaé Evaristo, além de representantes do Ministério da Justiça e da Polícia Federal. Após pedido do governador do Rio, o Ministério da Justiça decidiu transferir 10 chefes do crime organizado para penitenciárias federais de segurança máxima. Nesta quarta-feira, em meio à crise, uma comitiva de ministros vai ao Rio de Janeiro se reunir com o governador, Cláudio Castro.

Também nesta terça, no STF, no âmbito da ADPF das favelas, o ministro Alexandre de Moraes, deu 24 horas para que a PGR se manifeste sobre os pedidos do Conselho Nacional de Direitos Humanos para que o governo do Rio de Janeiro envie informações sobre a operação.

Megaoperação no Rio de Janeiro

Fabiano Rocha / Agência O Globo

Durante o dia, o governador fez duras críticas ao Palácio do Planalto. Ele disse que o Estado está “sozinho” no combate ao crime organizado e defendeu maior integração com as forças federais — incluindo a possibilidade de participação das Forças Armadas. Mas, depois, recuou: Castro ligou para a ministra Gleisi Hoffmann e reconheceu que o governo federal não poderia atender a um pedido que nunca foi feito oficialmente. Em entrevista à TV Globo, negou ter jogado a culpa no governo federal e falou em "retórica mentirosa".

O ministro da Justiça, Ricardo Lewandowski, por sua vez, afirmou nunca ter recebido pedido ajuda de Castro sobre esse caso disse que ele precisa se responsabilizar sobre a crise ou "jogar a toalha".

O Ministério da Defesa informou que o pedido do governo fluminense para uso de blindados da Marinha, feito em janeiro deste ano, foi analisado pela Advocacia-Geral da União, que concluiu que só seria possível atender em caso de decreto de GLO.

Megaoperação no Rio de Janeiro ja é considerada mais letal da história do estado

Fabiano Rocha / Agência O Globo