Em meio a crise com Congresso, Lula espera encontrar Motta e Alcolumbre no Planalto

 

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Em meio a uma das maiores crises de seu governo com o Congresso neste terceiro mandato, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva espera se encontrar nesta quarta-feira com os presidentes da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB), e do Senado, Davi Alcolumbre (União-AP), durante a cerimônia de sanção do projeto de lei que eleva a isenção de imposto de renda para quem ganha até R$ 5 mil, no Palácio do Planalto. Apesar da expectativa do petista, os dois parlamentares não haviam confirmado presença no evento.

A proposta é uma das principais apostas de Lula e do PT para a disputa eleitoral do próximo ano. Tanto Motta como Alcolumbre foram convidados pelo Planalto. A assessoria do presidente do Senado informou que ele ainda não respondeu ao convite. Já a assessoria do presidente da Câmara disse não saber se o convite foi enviado e informou que ainda não há confirmação da agenda.

Uma das principais lideranças do Centrão, o ex-presidente da Câmara Arthur Lira (PP-AL), relator do projeto na Câmara, também recebeu o convite do governo e disse ao GLOBO que irá comparecer.

Tanto Motta como Alcolumbre têm dado, nos últimos dias, sinais de insatisfação com o Planalto. No Senado, o principal entrave envolve a indicação para o Supermo Tribunal Federal (STF) do advogado-geral da União, Jorge Messias, que desagrada o presidente da Casa. Alcolumbre rompeu com o líder do governo Jaques Wagner (PT-BA). Ontem, ele anunciou que sabatina e a votação da indicação ocorrerá no dia 10 de dezembro, tempo considerado exíguo por aliados do governo para conquistar apoio entre senadores, que preferim a nomeação do colega Rodrigo Pacheco (PSD-MG), ex-presidente da Casa, na cadeira de ministro da Corte.

Ainda no Senado, o governo enfrenta um novo front de batalha para impedir a vitória da oposição no PL Antifacção e tenta aprovar projetos considerados cruciais para fechar as contas da Fazenda.

Na Câmara, o clima ficou ainda mais quente após Motta cortar relações com o líder do PT, Lindbergh Farias (PT-RJ), visto como porta-voz da ministra da Secretaria de Relações Institucionais, Gleisi Hoffmann.