Dono do Banco Master, Daniel Vorcaro passa por audiência de custódia e seguirá preso

 

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A investigação de fraude na venda de títulos do Banco Master para o BRB mirou um esquema bilionário: a Polícia Federal descobriu que a movimentação ilegal era de aproximadamente R$ 12 bilhões. Daniel Vorcaro, controlador do Banco Master, que foi detido em operação da Polícia Federal que investiga fraudes na instituição financeira, passou por audiência de custódia nesta terça-feira (18) e seguirá preso.

Os advogados confirmaram à CBN a prisão e disseram que já preparam habeas corpus. A defesa divulgou nota dizendo que Vorcaro foi preso ontem à noite, no aeroporto de Guarulhos, e tinha plano de voo a Dubai. Para os investigadores, era um plano de fuga, mas a defesa disse que ele iria a Dubai se encontrar com os compradores, já que Vorcaro tinha anunciado ontem mesmo a venda do Banco Master. E que, ainda ontem, advogados tanto dele quanto do Banco Master, se colocaram à disposição para cooperar com as autoridades, com informações, e a participar de audiência, inclusive com a presença de Vorcaro.

Liquidação do Banco Master: quem recebe, quando e como?

A investigação de fraude na venda de títulos do Banco Master para o BRB mirou um esquema bilionário: a Polícia Federal descobriu que a movimentação ilegal era de aproximadamente R$ 12 bilhões. O esquema de compra de ativos falsos foi detectado pelo Banco Central quando a instituição foi analisar o pedido de compra do Master pelo BRB.

A partir daí, o BC desvendou a fraude financeira que levou à prisão do dono do Master nesta terça-feira, Daniel Vorcaro, além de outros quatro diretores do banco, e também de outras duas pessoas. Vorcaro passou por audiência de custódia nesta terça e teve a prisão mantida. Ele foi preso no Aeroporto Internacional de Guarulhos, quando se preparava para embarcar para a Europa, em um jatinho particular. A suspeita dos investigadores é de que ele fugiria do país. Depois que o caso veio à tona, o BC decretou a liquidação extrajudicial do Master.

A compra falsa de ativos teria ainda o envolvimento dos diretores do Master e também do BRB. Tanto que a Justiça determinou o afastamento do presidente do BRB, Paulo Henrique Costa, que inclusive está viajando para os Estados Unidos, e do diretor-executivo de finanças e controladoria do BRB, Dario Oswaldo Garcia Júnior, ambos pelo período de 60 dias.

Para o lugar do presidente afastado, o governador do Distrito Federal, Ibaneis Rocha, nomeou o superintendente da Caixa Econômica em Brasília, Celso Eloi Cavalheiro. . Ibaneis, no entanto, explicou que a mudança ainda não é definitiva, e que espera conversar ainda com Paulo Henrique Costa quando ele voltar da viagem.

O diretor-geral da PF, Andrei Rodrigues, disse, em depoimento à CPI do Crime Organizado, que a operação contou com apoio do BC e do Coaf.

"É um crime contra o sistema financeiro, e que leva à monta, enfim, isso está sendo apurado, mas fala-se de cerca de 12 bilhões de reais que envolvem esse crime que está sob investigação hoje, com várias prisões."

O líder do governo no Congresso, o senador Randolfe Rodrigues, disse que é necessário, primeiro, ver as relações da fraude na cúpula política.

"Nós temos que primeiro deixar a Polícia Federal trabalhar e deixar a Polícia Federal avançar para ver até onde tem tentáculos na política. Avançando sobre os tentáculos da política, aí, obviamente, é um outro patamar que requererá uma reflexão mais amiúde, mais detalhada, mas acho que no momento, é por isso, essa operação de hoje, é o melhor significado diagnóstico que a Polícia Federal não pode se enfraquecer."

Na operação desta terça, os policias apreenderam carros de luxo e obras de arte, além de R$ 1,6 milhão de reais em dinheiro nos endereços dos alvos. Foram cumpridas ainda 25 ordens de busca e apreensão. Os alvos são investigados por crimes de gestão fraudulenta, gestão temerária, organização criminosa, entre outros.

A decisão judicial que autoriza a operação é da 10ª Vara Federal de Brasília. Em nota, o Banco Central informou que o Master é uma instituição de porte pequeno e que o BC continua tomando as medidas para apurar as responsabilidades. O GDF informou que o BRB mantem a "capacidade plena de operação, com total segurança administrativa e financeira".