De Lindbergh a Kim Kataguiri: Conselho de Ética vota relatórios de processos contra nove deputados

 

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O Conselho de Ética da Câmara vota nesta terça-feira treze relatórios envolvendo nove deputados de diferentes partidos. As representações abrangem uma lista heterogênea de condutas, que vão de ofensas e acusações pessoais a confrontos físicos e tumultos em sessões.

A análise dos treze relatórios deve ocupar toda a tarde e, diante do volume de processos, pode se estender para a sessão já convocada para quarta-feira.

A seguir, o que cada caso analisa:

Gilvan da Federal (PL-ES)

Deputado Gilvan da Federal em sessão na Câmara

Reprodução

Gilvan responde a dois processos.

O primeiro trata das ofensas dirigidas à ministra das Relações Institucionais, Gleisi Hoffmann, durante reunião da Comissão de Segurança Pública. Na ocasião, o deputado usou termos como “amante” e “prostituta”, o que levou a Mesa Diretora a representar por quebra de decoro.

O segundo processo trata de nova conduta ofensiva, em sessão posterior, quando o parlamentar reiterou ataques contra opositores. A representação lembra ainda que, em 2020, Gilvan afirmou que queria que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva morresse, declarações retomadas pelo PT como demonstração de comportamento reiterado.

André Janones (Avante-MG)

O deputado federal André Janones na Câmara

Vinicius Loures/Câmara dos Deputados/15-05-2024

Janones concentra três representações.

A primeira trata do discurso feito na tribuna em que o deputado xingou Nikolas Ferreira (PL-MG). O Conselho já havia aplicado suspensão de três meses pelo episódio e agora avalia se o caso deve avançar para cassação.

As outras duas representações foram apresentadas pelo PL. Uma delas aponta publicações em que Janones chamou o deputado Gustavo Gayer de “assassino” e “corrupto”. A outra trata de denúncias de rachadinha em seu gabinete, feitas por um ex-assessor e repercutidas pela sigla.

Kim Kataguiri (União-SP)

omissão de Constituição e Justiça e de Cidadania (CCJC) - Discussão e votação de propostas legislativas. Dep. Kim Kataguiri (UNIÃO - SP)

Vinicius Loures/Câmara dos Deputados

A representação do PSOL foi protocolada após o embate entre Kim e a deputada Célia Xakriabá (PSOL-MG) durante debates sobre questões indígenas. No documento, o partido acusa o deputado de usar expressões de cunho depreciativo, referindo-se à parlamentar como alguém que fazia “cosplay”, num contexto interpretado como tentativa de desqualificar sua identidade indígena.

Lindbergh Farias (PT-RJ)

O deputado Lindbergh Farias em coletiva na Polícia Federal

Brenno Carvalho / Agência O Globo

O petista é alvo de duas representações.

A primeira diz respeito ao episódio em que Lindbergh apresentou uma denúncia contra Marcel Van Hatten (Novo-RS), acusando-o de ofender o ministro Alexandre de Moraes. Van Hatten nega e afirma que o petista distorceu sua fala — e o Novo acionou o Conselho contra Lindbergh por esse motivo.

A segunda representação foi movida pelo PL e se refere a uma entrevista concedida ao jornal O Tempo, em que Lindbergh chamou o deputado Gustavo Gayer de “canalha”.

Delegado Éder Mauro (PL-PA)

Delegador Éder Mauro (PL)

Reprodução Instagram

O deputado é acusado de agredir o bancário Bruno Silva, que havia se manifestado politicamente contra o ex-presidente Jair Bolsonaro. A representação aponta conduta intimidatória e uso de violência física.

Guilherme Boulos (PSOL-SP)

Boulos planeja viajar todas as regiões do Brasil até maio para conversar com movimentos sociais e setores mais distantes do governo Lula

Cristiano Mariz

O hoje ministro e deputado licenciado responde por representação apresentada pelo PL, que afirma que Boulos teria ofendido Gustavo Gayer e Gilvan da Federal durante debates no plenário, usando expressões que, segundo o partido, ultrapassaram os limites da crítica política.

José Medeiros (PL-MT)

O deputado federal José Medeiros (PL)

Jefferson Rudy/Agência Senado

A representação apresentada pelo PSOL acusa Medeiros de ofender o deputado Ivan Valente (PSOL-SP) em suas redes sociais, utilizando qualificações pessoais e imputando condutas indevidas ao adversário.

Sargento Fahur (PSD-PR)

Deputado Sargento Fahrur ironiza Flávio Dino

Reprodução

O deputado responde por episódio envolvendo o deputado Pastor Henrique Vieira (PSOL-RJ). Em discurso, Fahur disse que, se existisse um filme em que Vieira apanhasse, ele gostaria de “ser o policial que bate”. A representação atribui ao parlamentar conduta incompatível com o decoro.

Célia Xakriabá (PSOL-MG)

Célia Xakriabá Deputada federal

Brenno Carvalho / Agência O Globo

A representação contra Célia, apresentada pelo PL, refere-se ao confronto durante a votação do projeto de licenciamento ambiental. Segundo o documento, a deputada teria agredido Kim Kataguiri com uma caneta, atingindo também o deputado Sargento Fahur de forma acidental durante a confusão.