CPI do INSS: dirigente de associação investigada diz que atuava na área de tecnologia por 'hobby'
A CPI do INSS iniciou os trabalhos nesta semana com o depoimento de Igor Dias Delecrode, dirigente da Associação AASAP, apontado como peça central no esquema de descontos indevidos de aposentados e pensionistas. Delecrode, contudo, apresentou habeas corpus concedido pelo ministro Gilmar Mendes, do Supremo Tribunal Federal (STF), para permanecer calado durante todo o interrogatório do colegiado.
Ao ser indagado pelo relator da CPI, deputado Alfredo Gaspar (União-AL), sobre a formação do empresário em tecnologia, Delecrode disse que atua na área "somente em hobby".
Na sequência, ele se recusou a responder às perguntas do relator sobre a participação das empresas das quais ele era sócio nas fraudes do INSS. O foco de atuação foi na área de tecnologia, como certificação digital e biometria falsificadas.
— Ele é o coração de toda a safadeza, deveria estar preso — disse o relator, que reclamou da sequência de concessão de habeas corpus pelo STF aos depoentes na CPI.
O nome de Delecrode aparece em requerimentos aprovados pela comissão como responsável por interligar quatro entidades — AASAP, Amar Brasil, Master Prev e ANDAPP — suspeitas de movimentar cerca de R$ 700 milhões em mensalidades automáticas cobradas de aposentados sem autorização.
Uma das convocações foi apresentada pelo deputado Kim Kataguiri (União-SP), que descreve o dirigente como um possível “testa de ferro” de atores ocultos no esquema.
O parlamentar quer que ele explique como chegou à direção das associações, quais eram os mecanismos de cobrança e gestão financeira e se havia coordenação com outros líderes do grupo, como Felipe Macedo Gomes, da Amar Brasil, e Américo Monte, da ANDAPP.
