Convite a Messias para almoço com senadores do PL gerou reclamações em grupo de WhatsApp da bancada

 

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O convite para que Jorge Messias, indicado ao Supremo Tribunal Federal (STF) pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva, participasse do almoço do bloco que reúne senadores d o PL e do Novo nesta terça-feira provocou irritação entre senadores da oposição e gerou reclamações em um grupo de WhatsApp.

Nem todos haviam sido informados previamente da possibilidade de Messias comparecer ao encontro do grupo, que ocorre sempre às terças. Alguns só descobriram pela imprensa — o que, segundo parlamentares, acentuou o mal-estar e levou à cobrança por mais transparência interna.

No grupo de WhatsApp, o senador Jorge Seif (PL-SC) enviou uma mensagem criticando a articulação. “Não pode fazer sabatina no nosso almoço sem nos consultar”, escreveu. O texto foi posteriormente apagado, mas a insatisfação ficou registrada. Ninguém respondeu ao questionamento, o que foi interpretado por colegas como sinal de desconforto com a possibilidade de o encontro virar um palco informal para a candidatura de Messias ao STF.

O convite vinha sendo costurado pela senadora Dra. Eudócia Caldas (PL-AL), mas desde a véspera já havia resistência dentro do PL, que reúne 16 senadores. Parte da bancada considerou inoportuno abrir espaço para o indicado do governo, especialmente num momento em que o partido tenta endurecer o discurso contra o Planalto e manter unidade após a aproximação da família Caldas com Lula durante negociações para a indicação de Marluce Caldas ao Superior Tribunal de Justiça.

O episódio contribuiu para o cancelamento do almoço com Messias, confirmado nesta terça-feira. Para integrantes do PL, o convite sem comunicação prévia criou ruído interno e reforçou a posição de que o partido deve evitar gestos que possam sinalizar disposição de diálogo com o Planalto neste momento.

Em nota, Eudócia afirmou que a visita de Messias será remarcada para um momento posterior ao envio da mensagem presidencial formalizando a indicação, o que ainda não ocorreu. "Essa nova oportunidade permitirá um diálogo respeitoso e institucional, reforçando a democracia e os princípios republicanos", disse a parlamentar.