Com milhares ainda no escuro, Procon notifica Enel e cobra explicações sobre demora no reparo
O Procon de São Paulo notificou a Enel após a falta de energia elétrica atingir mais de 2 milhões de imóveis na Grande São Paulo na quarta-feira (10), após um vendaval. Nesta quinta (11), 1,2 milhão de unidades consumidoras, o equivalente a 15% do total na região metropolitana, seguiam no escuro.
Segundo o Procon, a Enel deve informar, no prazo de seis dias, a estrutura logística e o plano de contingência adotados para situações emergenciais. O órgão cita "manifestações anteriores da empresa, inclusive em publicidade, de que possui milhares de equipes de campo trabalhando, o Procon-SP busca verificar a efetividade desta medida, considerando as manifestações de consumidores que reclamam da demora na retomada do fornecimento de eletricidade".
O Procon cita também imagens de garagens da Enel com veículos estacionados "além da constatação de que não há equipes em grande quantidade pelas ruas". A concessionária afirma, por outro lado, que mobilizou mais de 1.500 equipes para o atendimento dos usuários.
Em entrevista para o Bom Dia São Paulo, da TV Globo, Marcelo Puertas, diretor da Enel São Paulo, respondeu também que os carros ficam parados nos pátios pela rotatividade dos trabalhadores.
— Nós temos basicamente três turnos de trabalho. Esses carros são do período da tarde de ontem, de pessoas que saíram às 22h, à meia-noite, 1h da manhã. E também do período da madrugada, pessoas que trabalharam até agora e voltaram. Então é uma rotatividade de veículos. As pessoas precisam descansar — disse Puertas.
Na quarta (10) a empresa foi alvo de questionamentos também por parte da prefeitura de São Paulo e da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel). Assim como o Procon, a gestão Ricardo Nunes (MDB) também citou "grande número de veículos da concessionária parados na garagem enquanto mais de 2 milhões de unidades consumidoras estavam sem luz", sem especificar um número exato.
Já a Aneel ressaltou que a reincidência de falhas graves na prestação do serviço desrespeita cláusulas contratuais e pode ensejar a recomendação de "caducidade da concessão", termo técnico para o cancelamento do contrato da empresa com o governo.
