Após Lula sinalizar preferência por Messias para o STF, Pacheco diz que respeitará decisão: 'Caberá ao Senado a avaliação'
O senador Rodrigo Pacheco (PSD-MG) afirmou nesta quinta-feira que respeitará qualquer indicação feita pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) para o Supremo Tribunal Federal (STF). A declaração ocorreu depois de Lula ter sinalizado ao presidente do Senado, Davi Alcolumbre (União-AP), na última segunda, a preferência pelo advogado-geral da União, Jorge Messias, para a vaga aberta com a saída de Luís Roberto Barroso da côrte. Sem mencionar o nome de Messias, Pacheco lembrou que o escolhido será sabatinado e precisará ser aprovado pelo Senado.
— Essa questão do Supremo, eu repito que é muito importante respeitar o momento e a decisão do presidente da República, e a decisão que for tomada por ele será evidentemente, por mim e por todos, respeitada como uma decisão do presidente da República. Caberá ao Senado fazer a avaliação. Há uma prerrogativa do presidente de indicação, com o papel do Senado na avaliação, e é muito importante que as etapas sejam cumpridas sempre com espírito público, republicanismo, de modo que não há que se precipitar com relação a isso — disse.
Aliados de Alcolumbre e integrantes do Palácio do Planalto avaliam que o parlamentar vai “jogar parado” após a conversa com Lula sobre a sucessão de Barroso. O Palácio do Planalto contabiliza agora as chances de, mesmo sem Alcolumbre como cabo eleitoral, conseguir aprovar o nome do advogado-geral da União, Jorge Messias, o favorito a ser indicado. Na conversa realizada na segunda-feira, Alcolumbre manifestou a preferência pela indicação do senador Rodrigo Pacheco (PSD-MG), seu aliado, mas ouviu de Lula a sinalização de que o escolhido será Messias.
De agora em diante, tanto o círculo mais próximo ao senador quanto interlocutores de Lula avaliam que Alcolumbre não fará gestos claros para atrapalhar Messias, que precisa ser aprovado na Casa, mas não pedirá votos pelo advogado-geral da União.
Pacheco, de acordo com senadores governistas e da oposição, não teria dificuldade de conseguir os 41 votos mínimos necessários para ser aprovado após sabatina na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) do Senado. Alcolumbre teria reforçado isto a Lula, que também não fez menção a indicações para cargos como alento por preterir o ex-presidente do Senado para o posto.
Em nome da parceria com o governo, portanto, Alcolumbre não deve atuar contra o nome de Messias, mas não deverá ser cabo eleitoral após efetivada sua indicação. Além da relação de amizade, pesaria o fato de não querer se desgastar com senadores de centro e da direita que preferiam Pacheco por considerá-lo “mais ponderado”. Além disso, por ter sido presidente do Senado, a avaliação é que ele não assumiria na Corte uma postura crítica à atividade parlamentar.
Um dos nomes que, no caso da indicação de Messias, deverão ter papel mais ativo na busca de votos é o líder do governo no Senado, Jaques Wagner (PT-BA), de quem Messias já foi chefe de gabinete.
