Após crítica de Alcolumbre, Lula diz não entender polêmica em torno da indicação de Messias para o STF

 

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O presidente Luiz Inácio Lula da Silva afirmou nesta quarta-feira não entender a polêmica em torno da indicação do advogado-geral da União (AGU), Jorge Messias, para o Supremo Tribunal Federal (STF). Na terça-feira, o presidente do Senado, Davi Alcolumbre (União-AP), cancelou a sabatina de Messias marcada para o dia 10 e criticou disse que foi "supreendido" pelo governo, no que considerou uma "interferência no cronograma".

— Sinceramente, eu não entendo o porquê da polêmica. Eu não é o primeiro ministro que eu indico. Eu já indiquei oito ministros. Eu simplesmente escolho uma pessoa, mando para o Senado, E o Senado, então, faz um julgamento para saber se a pessoa está qualificada ou não. Eu não sei porque foi transformada num problema político dessa monta — disse Lula, em entrevista à TV Verdes Mares do Ceará.


O presidenet ainda acrescentou que Messias é qualificado para o posto.


— Eu espero que seja resolvido. Eu estou muito tranquilo com relação a isso. Eu cumpri com o meu papel. Tem um nome que eu entendo que tem qualificação profissional para ser ministro da Suprema Corte. Qualificação comprovada como advogado-geral da União.

A aliados, Davi Alcolumbre indicou insatisfação com a escolha de Messias e sinalizou trabalhar contra a escolha dele para o STF. O nome de preferência do presidente do Senado para o cargo, e da maioria dos senadores, era o do ex-presidente do Senado Rodrigo Pacheco (PSD-MG).

Para que Messias seja sabatinado, há necessidade de envio de uma mensagem presidencial com o nome do advogado-geral da União. Sem os votos necessários para a aprovação, a estratégia do Planalto foi justamente postergar a entrega do documento.

"Essa omissão, de responsabilidade exclusiva do Poder Executivo, é grave e sem precedentes. É uma interferência no cronograma da sabatina, prerrogativa do Poder Legislativo", disse o presidente do Senado, em nota enviada aos senadores.

Alcolumbre também alegou que o objetivo do calendário definido anteriormente era assegurar o papel do Senado.

"A definição desse calendário segue o padrão adotado em indicações anteriores e tinha como objetivo assegurar o cumprimento dessa atribuição constitucional do Senado ainda no exercício de 2025, evitando sua postergação para o próximo ano".