André Mendonça diz que Brasil está doente no que diz respeito à segurança pública

 

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Sem menção direta ao governo Lula, o magistrado disse que mudanças estruturais dependem de políticas de Estado e não apenas de ações pontuais de governo. O ministro do Supremo Tribunal Federal, André Mendonça, afirmou que o Brasil está doente no que diz respeito à segurança pública e citou índices relacionados à violência e ao terrorismo para criticar a situação atual do país.

Sem menção direta ao governo Lula, o magistrado disse que mudanças estruturais dependem de políticas de Estado e não apenas de ações pontuais de governo. Essa fala aconteceu durante um almoço com empresários promovido pelo Grupo LIDE aqui em São Paulo. Durante o discurso, o ministro citou indicadores internacionais e afirmou, ao comparar o Brasil com outros países da América Latina, que o país aparece atrás de vizinhos como Paraguai, Argentina e Chile em métricas ligadas à estabilidade, violência e terrorismo.

"Paraguai, Argentina e Chile. Esse é o nosso dado da realidade. Nós estamos doentes e enfermos. Só não nos demos conta. E quem entende de segurança pública sabe que, às vezes, a gente quer tratar o problema de câncer com pílula de AAS. Eu não estou defendendo A, B ou C. Eu estou dizendo que nós temos um problema sério de segurança pública".


O encontro também contou com a presença do prefeito de São Paulo, Ricardo Nunes, que no discurso elogiou a atuação de Mendonça como relator do inquérito que investiga o esquema de descontos irregulares de aposentados e pensionistas do INSS.

O ministro afirmou que não persegue investigados e que determina medidas judiciais apenas quando considera necessário para o andamento do processo.

"Não posso adentrar em questões de inquérito, nunca coisa que posso me comprometer e ser responsável. Responsável com os direitos dos acusados e responsável com a curação também dos inícios. Se vai haver culpado ou não é algo que nós vamos ver na final do processo. Mas da minha parte, nem vou perseguir ninguém, mas também não cabe a mim deixar de apurar e de investigar aquilo que precisa ser investigado".


No encerramento do discurso, André Mendonça afirmou que o país vive um momento de insegurança jurídica e defendeu que o Supremo evite decisões que possam caracterizar o chamado ativismo judicial.

Segundo o ministro, nenhum poder deve concentrar a primeira e a última palavra sobre todos os temas e o equilíbrio entre as instituições precisa ser preservado. André Mendonça, que deixou o evento em São Paulo sem atender à imprensa. Também participaram do almoço o vice-governador do Estado, Felício Ramuth, o secretário da Fazenda e Planejamento do Estado, Samuel Kinoshita, e os ex-governadores paulistas, Rodrigo Garcia e João Doria.