Aliados de Bolsonaro admitem que prisão abala planos para eleições de 2026
Em meio ao baque, a estratégia é fazer com que a família não perca espólio político. O entorno do ex-presidente Jair Bolsonaro têm admitido, sob reserva, que a prisão preventiva dele provocou um desgaste político e um abalo nos planos para as eleições de 2026. O discurso entre os aliados é que Bolsonaro ainda reúne capital político, mas fica fragilizado e expõe a dificuldade da direita em se organizar em torno de um nome.
Em meio ao baque, a estratégia é fazer com que a família não perca espólio político. Por isso, apesar de o nome do governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas, ainda ser cogitado como um provável candidato, a aposta no senador Flávio Bolsonaro passa a ser mais forte para a família. Os cálculos políticos levam em conta o fato de que qualquer futuro candidato da direita pode, depois, se lançar como "independente" e abandonar aos poucos a pecha bolsonarista. Por isso, manter a família no poder é uma forma de ainda oxigenar o clã Bolsonaro.
Além disso, internamente o PL faz as contas sobre quem teria mais apelo diante da população. O senador Flávio Bolsonaro é visto como um perfil "equilibrado" dentro da própria família. Mas o entorno ainda avalia se o nome dele é conhecido publicamente para concorrer a uma provável candidatura a reeleição do presidente Lula. Por isso, o discurso entre aliados é de que, apesar de Bolsonaro estar preso, “as ideias dele permanecem”, como as pautas de costumes em defesa da liberdade, família, religião e combate a criminalidade.
O presidente do PL, Valdemar Costa Neto, reuniu, nesta segunda-feira (24), a bancada de deputados e senadores para avaliar o impacto da prisão de Bolsonaro. Ao final, como uma forma de evitar expor fragilidade, o senador Flávio Bolsonaro afirmou que o bolsonarismo está “cada vez mais forte”.
Antes da prisão preventiva do pai, o deputado Eduardo Bolsonaro tinha dito, na sexta-feira, que o ex-presidente só ia definir o candidato em março.
