Alerj discute instalação de CPI da Cedae nesta quarta-feira (26)
Leandro Resende traz detalhes dos bastidores da política do Rio de Janeiro. Líderes partidários da Assembleia Legislativa do Rio (Alerj) discutem, na tarde desta quarta-feira (26), a instalação de uma CPI para investigar as operações da Cedae e a influência política sobre os rumos da empresa.
O pedido de CPI é do deputado Yuri Moura (PSOL), e se baseia em três pontos: a contratação de um estudo para a venda de ações da companhia na bolsa de valores por R$ 18,75 mihões; o imbróglio no edital de concessão da Cedae, em discussão no Tribunal de Contas do Estado e que pode levar ao aumento nas contas de água; e os R$ 218 milhões investidos pela empresa no Banco Master, liquidado pelo Banco Central na semana passada.
O deputado lista uma série de suspeitas sobre as operações recentes da Companhia e vê movimentos do governo que, segundo ele, precisam ser investigados. Um dos exemplos é o acordo em análise no Tribunal de Contas do Estado para que Cedae e governo paguem R$ 900 milhões em indenização para Águas do Rio após erros no edital que escolheu a empresa, em 2021.
Um erro, que o deputado Yuri suspeita ter sido por má fé, que pode aumentar a conta de água para consumidores de 27 cidades. A Cedae dizia, em 2021, que cidades como Magé, Queimados e Nilópolis tinham até 87% da população com esgoto tratado. A Águas do Rio chegou lá e constatou que, na verdade, não havia esgoto algum. A empresa aponta prejuízos bilionários após constatar o mesmo problema em 16 municípios ao todo, como São Gonçalo, Caxias e Nova Iguaçu.
O governo topou pagar R$ 900 milhões em indenização a empresa. Mas o Tribunal de Contas do Estado suspendeu o acordo, considerado suspeito por diversos parlamentares na Alerj, e a conta pode acabar na mão do consumidor, com um reajuste de até R$ 15,89% na tarifa.
Líder do PSOL, Yuri quer investigar os sigilos relacionados às operações da Cedae e costura apoios de deputados de centro e direita à ideia - que conta com o respaldo do presidente da Assembleia, Rodrigo Bacellar (União Brasil). Se for aprovada na reunião de líderes, nesta quarta-feira (27), ele prevê começo dos trabalhos em dezembro.
Outras CPIs:
Outras duas CPIs serão debatidas nesta quarta-feira (27). O deputado Giovani Ratinho (Solidariedade) quer criar uma comissão para apurar a instalação de barricadas pelo crime organizado em diversas vias da cidade. O pedido ganhou força no momento em que o governo enfim apresenta resultados, com a Operação Barricada Zero. Ele diz que não é uma CPI contra a administração Castro, e sim para “acompanhar e dar transparência”.
Flávio Serafini (PSOL) quer investigar as circunstâncias dos aportes milionários feitos pelo Rioprevidência no Banco Master. Por regra, a Alerj pode ter até cinco CPIs em funcionamento.
