Afastado do cargo, prefeito 'tiktoker' já tentou se posicionar como candidato a governador, senador e até presidente da República

 

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O prefeito de Sorocaba, Rodrigo Manga (Republicanos), afastado por 180 dias do cargo após ser alvo de uma investigação da Polícia Federal (PF) sobre desvios de verba da saúde do município, já tentou se posicionar como candidato ao governo do estado e ao Senado. Ele é do mesmo partido do governador Tarcísio de Freitas e ganhou notoriedade pelo alcance das suas redes sociais, principalmente o TikTok.

Manga é um dos alvos da operação "Copia e Cola", deflagrada no mês passado e que teve novos desobramentos nesta quinta-feira, 7. A PF apura suspeitas de fraude e lavagem de dinheiro a partir de contratos de administração de instituições de saúde no município e outros da região. Foram cumpridos sete mandados de busca e apreensão e dois de prisão preventiva. Além disso, a Justiça decretou bloqueio e indisponibilidade de bens na ordem de R$ 6,5 milhões, entre outras medidas cautelares, incluindo o afastamento da função pública.

O prefeito "tiktoker" tem repetido a versão de que estaria sofrendo perseguição política depois de se colocar como pré-candidato a cargos de maior envergadura nas eleições de 2026. Manga já alegou ter intenção de disputar até a presidência da República no lugar de Tarcísio, hipótese que não é levada a sério entre os dirigentes de partidos. Ainda assim, o Republicanos chegou a manter conversas no sentido de lançá-lo ao Senado depois que a situação jurídica de Eduardo Bolsonaro (PL), hoje nos Estados Unidos, se complicou no Supremo Tribunal Federal (STF).

No começo do ano, o PRTB, partido pelo qual o empresário e influenciador Pablo Marçal concorreu à prefeitura de São Paulo, no ano passado, fez um convite ao prefeito. A ideia seria buscar uma candidatura ao governo de São Paulo, segundo o dirigente da sigla, Leonardo Avalanche. O partido é nanico, tem acesso reduzido ao fundo eleitoral e vive uma guerra política interna, em que surgiram até acusações de compra de votos, ameaças de morte e ligações com o PCC.

As especulações levaram o nome do prefeito a ser testado pelo Paraná Pesquisas. Ele marca entre 8% e 10% nas intenções de voto ao Senado, de acordo com levantamento divulgado em 14 de outubro, resultado insuficiente para ameaçar candidatos como Fernando Haddad (PT), 38%, Geraldo Alckmin (PSB), 42%, Guilherme Derrite (PP), 23%, e o próprio filho "03" de Bolsonaro, 32%.

Na hipótese de concorrer ao governo estadual, a sondagem mais recente é de 26 de agosto. Nela, marcava cerca de 5% das intenções de voto em um cenário contendo Tarcísio e 9% na ausência do mandatário, cotado para enfrentar Lula (PT). O prefeito de São Paulo, Ricardo Nunes (MDB), aparece com o triplo, enquanto o principal candidato da esquerda — neste caso, Alckmin ou Márcio França (PSB) — estariam com 27% e 17%, respectivamente.