A corrida de Messias; indicado de Lula ao STF ganha tempo no Senado após adiamento de sabatina; veja vídeo

 

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O cancelamento da sabatina de Jorge Messias pelo presidente do Senado, Davi Alcolumbre (União-AP), abriu um intervalo político crucial para o governo, mas também expôs com mais nitidez o mal-estar gerado pela escolha do advogado-geral da União, Jorge Messias, em detrimento do nome preferido pela maioria dos senadores: Rodrigo Pacheco (PSD-MG). Na prática, Messias ganhou tempo para seguir com o périplo pelo Senado que vem fazendo nas últimas semanas.

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A decisão de suspender o calendário permite ao Palácio do Planalto ganhar dias decisivos para tentar consolidar votos. A avaliação interna, porém, é que qualquer adiamento que empurre a sabatina para perto da eleição de 2026 aumenta o risco de contaminação eleitoral e pode comprometer a própria viabilidade da indicação. 

O périplo de Messias

O relator da indicação de Messias, o senador Weverton Rocha (PDT-MA), por exemplo, chegou a falar que seria melhor para o governo resolver o assunto antes de acabar o ano.

Alcolumbre justificou o cancelamento alegando “interferência no cronograma” por parte do Executivo. Segundo ele, o Senado foi surpreendido pela ausência da mensagem presidencial que formaliza o nome de Messias, documento indispensável para que a Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) abra o processo. A nota enviada aos senadores elevou o tom.

“A omissão, de responsabilidade exclusiva do Poder Executivo, é grave e sem precedentes. É uma interferência no cronograma da sabatina, prerrogativa do Legislativo”, escreveu o presidente do Senado, acrescentando que o calendário inicial buscava garantir a votação ainda em 2025, evitando arrastar o tema para o próximo ano.

A falta de votos para a aprovação de Messias era admitida até por aliados de primeira linha do Planalto, que viram no cancelamento um “freio técnico” com função política: segurar o processo até que Messias consiga reconstruir pontes e desfazer resistências, sobretudo entre os aliados de Pacheco.

Para o senador Omar Aziz (PSD-AM), o adiamento abre espaço para articulação mais cuidadosa:

— O adiamento dá a ele mais tempo para conversar com todos os senadores. A mensagem ainda não chegou, então agora ele tem tempo para fazer essas conversas.