Vorcaro e ex-presidente do BRB passam por acareação, mas diretor do BC é dispensado por Toffoli
O diretor de Fiscalização do Banco Central, Ailton de Aquino Santos, foi dispensado da acareação com o dono do Banco Master, Daniel Vorcaro, e com o ex-presidente do Banco de Brasília (BRB) Paulo Henrique Costa. A decisão foi tomada após o depoimento de Santos, que foi considerado útil pelos investigadores. Em seguida, foi iniciada a acareação entre Vorcaro e Costa, que durou menos de uma hora.
Aílton Santos foi o terceiro a ser ouvido pela Polícia Federal (PF) nesta terça-feira (30), no Supremo Tribunal Federal (STF).
Antes, houve a avaliação de que Daniel Vorcaro e Paulo Henrique Costa apresentaram divergências em suas falas, de acordo com interlocutores do gabinete do ministro Dias Toffoli, responsável pelo caso no STF.
A dispensa de Santos foi decidida por Toffoli e determinada por seu juiz auxiliar. Depois, a delegada que conduziu os depoimentos e o magistrado do gabinete concordaram com a acareação apenas entre os outros dois investigados.
A oitiva de Santos teria trazido informações relevantes, incluindo detalhes como datas e fatos. Por isso, ele foi excluído da acareação.
No sábado, Toffoli já havia esclarecido que o diretor do BC não é alvo da investigação, atendendo a um pedido de esclarecimento do órgão. O ministro argumentou, contudo, que a apuração "tange a atuação da autoridade reguladora nacional".
Os três foram ouvidos porque Vorcaro tentou vender o Master para o banco BRB, estatal do governo do Distrito Federal, em operação vetada pelo BC em setembro. Dois meses depois, Vorcaro foi preso, e o BC decretou a liquidação do Master em meio a suspeitas de operações fraudulentas na casa de R$ 12 bilhões.
Antes dos depoimentos, houve uma discordância sobre o procedimento a ser adotado, de acordo com relatos. Isso porque a delegada responsável anunciou que seria realizada a acareação, conforme determinado inicialmente por Toffoli.
As defesas questionaram, contudo, se não ocorreriam primeiro os depoimentos, como Secretaria de Comunicação do STF anunciou na segunda-feira. Como a decisão de Toffoli mencionava apenas a acareação, o ministro teve que ser acionado, por telefone e autorizou a coleta dos depoimentos.
A investigação começou na Justiça Federal de Brasília, mas foi enviada ao STF por determinação de Toffoli, após a PF encontrar um documento que citava uma negociação imobiliária de Vorcaro com um deputado federal.
