Você aguentaria 100 dias isolado como um astronauta? Estudo na Alemanha busca voluntários por R$ 140 mil

 

Fonte:


Você já imaginou passar mais de três meses isolado do mundo, sem luz do dia e com rotina controlada minuto a minuto? Essa é a proposta de um estudo inédito conduzido na Alemanha, que busca seis voluntários para simular a vida de astronautas em missão de longa duração.

Sons de relâmpagos em Marte? Estudo da Nasa pode ter feito descoberta inédita; ouça

Os selecionados passarão 100 dias em um ambiente que imita uma estação espacial no Instituto de Medicina Aeroespacial, em Colônia, entre 7 de abril e 7 de agosto de 2026. Antes e depois do confinamento, os participantes terão 16 dias de preparação e uma semana de recuperação.

O objetivo do SOLIS1000 é avaliar os efeitos do isolamento prolongado sobre saúde, comportamento, desempenho e bem-estar, permitindo identificar que tipo de suporte será necessário em missões à Lua ou Marte. A iniciativa é financiada pela Agência Espacial Europeia (ESA) e organizada pelo Centro Aeroespacial Alemão (DLR).

Os candidatos devem ter entre 25 e 55 anos, estar em boa forma física, falar inglês fluentemente e possuir formação superior, preferencialmente em medicina, engenharia de software, tecnologia ou áreas correlatas. Exames médicos e psicológicos serão aplicados para assegurar a aptidão ao desafio.

Durante a experiência, a rotina seguirá rigorosamente o cotidiano de um astronauta: apenas dois banhos por semana, exercícios diários, proibição de cochilos e limite de 1,5 quilo de pertences pessoais. Monitoramento por câmeras será constante, exceto em cabines e banheiros.

Além do confinamento, outro experimento conduzido pelo DLR, em parceria com a Nasa, investiga os efeitos da ausência de gravidade sobre o corpo humano. Astronautas enfrentam perda de massa muscular e óssea e deslocamento de fluidos para a cabeça. Para simular isso, voluntários passarão 60 dias em camas inclinadas seis graus, de modo semelhante ao espaço.

O estudo reforça que missões espaciais exigem resiliência, autonomia e adaptação. “É essencial garantir que os astronautas consigam realizar todas as tarefas durante as transições entre gravidade e ausência de peso sem riscos à saúde”, afirma o DLR.

Como incentivo, cada participante que completar o SOLIS1000 receberá 23 mil euros, cerca de R$ 140 mil. Candidatos de fora da União Europeia, incluindo brasileiros, podem se inscrever, desde que providenciem visto e seguro-viagem.