Viúva diz que ‘amigo’ do marido armou esquema que pode tomar mansão de R$ 1 bilhão nos EUA; entenda

 

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A viúva do magnata das telecomunicações Gary Winnick entrou na Justiça recentemente para impedir que a mansão histórica da família, a Casa Encantada, em Los Angeles, seja leiloada após um empréstimo de US$ 100 milhões (R$ 530 milhões) que, segundo ela, foi firmado sem o seu conhecimento. A ação, apresentada por Karen Winnick, de 79 anos, acusa o banco familiar CIM Group de ter se aproveitado do estado emocional e financeiro do marido antes de sua morte em 2023, conforme reportagem do The Wall Street Journal.

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Segundo o processo, Gary teria usado a propriedade adquirida em 2000 por US$ 94 milhões (R$ 498) — então a venda residencial mais cara da história dos EUA — como garantia do empréstimo, além de outra casa e diversos bens pessoais, incluindo obras de arte, móveis, joias e até a aliança de casamento de Karen. A viúva afirma ter descoberto a dimensão da dívida apenas após o falecimento do marido, aos 76 anos, quando os juros já caminhavam para um acúmulo considerado “impagável”.

Acusações de abuso financeiro e juros considerados “predatórios”

Os documentos citados pelo WSJ apontam que o empréstimo, com juros variáveis que nunca ficaram abaixo de 9,55%, foi estruturado para crescer rapidamente. O valor, inicialmente de US$ 100 milhões, já teria chegado a US$ 155 milhões (R$ 822 milhões). Karen acusa Richard Ressler, cofundador da CIM e amigo de longa data de Gary, de ter se aproveitado da vulnerabilidade dele ao buscá-lo em meio a pressões financeiras.

A família argumenta que o empréstimo exigia consentimento conjugal, o que Karen diz nunca ter sido solicitado. O processo também alega abuso financeiro contra idoso, transferência irregular de propriedade e ocultação de informações. A CIM, em resposta judicial apresentada nesta quarta-feira (3), classificou as acusações como “fantásticas” e afirma que Karen estava ciente do empréstimo, já que teria solicitado adiantamentos mesmo após a morte do marido.

Em setembro, a instituição emitiu um aviso de venda dos dois imóveis usados como garantia, justificando atraso nos pagamentos. O leilão foi marcado para meados de dezembro. Karen e seus filhos pedem uma liminar para impedir a execução da hipoteca, alegando que o valor da dívida e as condições do contrato são inválidos.

A Casa Encantada, que chegou a ser anunciada por US$ 250 milhões em 2023, voltou ao mercado por US$ 190 milhões, cerca de R$ 1 bilhão. Karen afirma ter encontrado um comprador por US$ 130 milhões, mas o acordo teria sido bloqueado pela CIM, que considera o preço muito abaixo da avaliação. A batalha judicial agora tenta definir não apenas o destino da propriedade, mas também se o empréstimo foi resultado de manipulação ou de decisões financeiras do ex-bilionário, conhecido por fundar a rede de fibra óptica Global Crossing antes de seu colapso no início dos anos 2000.

Em resumo, a disputa coloca em lados opostos uma viúva que diz ter sido deixada às cegas por um contrato devastador e um banco que nega irregularidades, enquanto uma das mansões mais icônicas de Los Angeles corre risco de ser leiloada nas próximas semanas.