Ursula Von der Leyen diz que UE terá votos suficientes para aprovar acordo com o Mercosul

 

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A presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, disse nesta sexta-feira (19) que haverá um número suficiente de Estados-membros da União Europeia a favor do acordo comercial com o Mercosul para que seja aprovado o tratado comercial, que vai criar a maior zona de livre comércio do mundo.

Nesta quinta-feira (18), a Comissão Europeia adiou para janeiro a assinatura do acordo. Essa decisão frustrou as expectativas do presidente Lula, que esperava receber Ursula von der Leyen amanhã na reunião do bloco do Mercosul em Foz do Iguaçu. A ideia era assinar o tratado neste sábado e encerrar 26 anos de negociação.

A Comissão Europeia queria que o pacto fosse selado nesta semana, mas o plano foi travado depois que a Itália se somou à França para exigir um adiamento, com o objetivo de buscar maior proteção para o setor agrícola.

Ainda assim, Von der Leyen falou hoje em “avanço”, e acrescentou que é preciso apenas mais algumas semanas extras para tratar de certas questões com os Estados-membros.

O presidente francês Emmanuel Macron afirmou nesta sexta-feira que ainda é cedo para dizer se um adiamento de quase um mês será suficiente para atender às condições estabelecidas pela França, mas disse esperar que seja.

A maior oposição à parceria comercial entre os dois blocos vem dos produtores agrícolas, setor forte e importante para a França.

Macron tem pressionado por mais garantias para proteger os agricultores franceses, que temem a concorrência dos produtos brasileiros.

Ontem, milhares de agricultores europeus promoveram protestos violentos contra o acordo em Bruxelas, onde o Conselho Europeu se reuniu para discutir a parceria.

O acordo, no entanto, tem apoio de alguns países europeus, como Alemanha, Espanha, Portugal e Holanda.

No Brasil, o presidente Lula, que chegou a ameaçar abandonar as negociações se os europeus não chegassem a um consenso logo, abriu espaço para um novo adiamento após conversar com a primeira-ministra da Itália, Giorgia Meloni.